Agência, autonomia e alienação no cotidiano de motoristas de aplicativo
um estudo de caso para Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.29327/248949.22.22-3Palavras-chave:
Aplicativo, Trabalho Digital, Uber, Autonomia municipalResumo
Uma das transformações mais significativos observadas no mundo do trabalho nas últimas décadas foi o surgimento do “trabalho de aplicativo” ou “de plataforma”. A novidade do tema tem desafiado os estudiosos a desenvolverem novos arcabouços conceituais que expliquem as principais características dessas formas de organização do trabalho e seus impactos nas sociedades contemporâneas. O presente artigo é fruto de uma pesquisa qualitativa realizada com motoristas de aplicativo no Estado de Minas Gerais em 2021. Nosso objetivo é entender as percepções dos trabalhadores sobre essa modalidade de trabalho e quais estratégias comportamentais eles adotam para permanecer na função. Os resultados indicam que os trabalhadores desenvolvem performances em seu cotidiano baseadas em adaptações e “jogos de cintura” em que tentam equilibrar-se entre valores individuais, expectativas dos consumidores e vigilância das plataformas. Essas novas formas de sociabilidade ocorrem em um contexto de restrição da ação social que articulam, de forma inovadora, elementos como agência, autonomia e alienação do trabalhador no século XXI