Estudo sociofonético dos róticos no Vale de Itajaí em Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.17851/2238-3824.26.2.241-265Schlagworte:
róticos, Alto Vale do Itajaí (SC), variação, SociofonéticaAbstract
Este estudo, sob o olhar da Sociofonética, apresenta uma análise acústica das variantes dos sons de r-forte na fala de descendentes italianos da cidade de Rio do Sul, Alto Vale do Itajaí - SC. Nessa região, encontramos a variante tepe ([ɾ]), como uma das possibilidades de produção nesse contexto. Participaram da pesquisa seis representantes da comunidade, divididos em três faixas etárias: 20-50, 51-70 e acima de 70, do sexo feminino e masculino, que narraram suas histórias de vida em entrevistas de fala semiespontânea. O corpus foi formado por 147 itens lexicais que apresentavam as variantes de róticos em onset silábico inicial ou medial de palavra. Com base nos resultados acústicos, foi verificada a gradiência dos dados e foi constatado que os descendentes italianos da comunidade estudada produzem, como r-forte, diferentes variantes, além do tepe ([ɾ]). Fatores, como idade, identidade e região de origem, parecem influenciar na variedade de róticos produzidos. Foi observada uma diminuição na produção do tepe na dimensão diageracional, o que aponta para um estudo em tempo aparente.
Downloads
Literaturhinweise
AGUILERA, V. A. Crenças e atitudes linguísticas: o que dizem os falantes
das capitais brasileiras. Estudos linguísticos, São Paulo, v. 37, n. 2, p.
-112, 2008.
ASSOCIAÇÃO DOS MUNICÍCIOS DO ALTO VALE DO ITAJAÍ.
Localização e distâncias. Rio do Sul: AMAVI, [2021?]. 1 mapa.
Disponível em: https://amavi.org.br/municipios-associados/localizacao.
Acesso em: 20 ago. 2021.
AZEREDO, P. S. A troca da vibrante por tepe em onset silábico: uma
análise de variação e mudança linguística na comunidade de Flores da
Cunha - RS. 2012 Dissertação (Mestrado em Teoria e Análise Linguística)
– Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2012.
BALTHAZAR, L. L. Atitudes linguísticas de ítalo-brasileiros em
Criciúma (SC) e região. 2016. Tese (Doutorado em Letras) – Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
BATTISTI, E. Redes sociais, identidade e variação linguística. In:
FREITAG, R. M. K. (org.) Metodologia de coleta e manipulação de dados
em Sociolinguística. São Paulo: Editora Edgard Blücher, 2014.
BOERSMA, P.; WEENINK, D. Praat: doing phonetics by computer.
Amsterdã: Instituto de Ciências Fonéticas de Amsterdã, 2019. Disponível
em http://www.fon.hum.uva.nl/praat/. Acesso em: 14 ago. 2021.
CALLOU, D.; LEITE, Y. Iniciação à Fonética e à Fonologia. 11. ed. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2009.
CAMARA JÚNIOR, J. M. Estrutura da língua portuguesa. Petrópolis:
Vozes, 1992.
COELHO, I. L. et al. Para conhecer sociolinguística. São Paulo:
Contexto, 2018.
CORRÊA, R. C. A realização variável de vibrante simples em lugar de
múltipla em onset silábico no português falado em Antônio Prado - RS.
Letrônica: revista digital do programa de pós-graduação em letras da
PUC-RS, Porto Alegre, v. 10, n. 1, p. 325-335, 2017.
COMIOTTO, A. F.; MARGOTTI, F. W. Uso dos róticos do português
em contato com os dialetos italianos. Acta scientiarum: language and
culture, Maringá, v. 41, n. 2, p. 1-9, jul./dez. 2019. DOI: https://doi.
org/10.4025/actascilangcult.v41i2.48857.
COTOVICZ, M. Variabilidade dos róticos produzidos por falantes de
Rebouças e Irati (PR): uma análise acústica. 2019. Dissertação (Mestrado
em Letras) – Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, 2019.
CRISTÓFARO-SILVA, T. et al. Fonética acústica: os sons do português
brasileiro. São Paulo: Contexto, 2019.
DALLEASTE, A. P. Crenças e atitudes linguísticas: um estudo da língua
e cultura italianas em Matelândia - PR. 2016. Dissertação (Mestrado em
Letras) – Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Cascavel, 2016.
FOULKES, P. et al. Sociophonetics. In: HARDCASTLE, W.; LAVER,
J.; GIBBON, F. (ed.) Handbook of phonetic sciences. 2. ed. Oxford:
Blackwell, 2010. p. 703-754.
GOMES, C. A. Variação sociofonética na aquisição e na modelagem do
conhecimento linguístico. Revista da Abralin, [S. l.], v. 10, n. 4, p. 209-
, 31 dez. 2011.
GONÇALVES, C. S.; BRESCANCINI, C. R. Considerações sobre o
papel da sociofonética na comparação forense de locutores. Revista
linguagem e direito, Porto, v. 1, n. 2, p. 67-87, 2014.
GUILHERME, M. L. F. Sociofonética: uma análise acústica do /R/
em coda no dialeto curitibano. 2015. Trabalho de Conclusão de Curso
(Licenciatura em Letras: Português-Inglês) – Universidade Tecnológica
Federal do Paraná, Curitiba, 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Rio
do Sul. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/
cidades-e-estados/sc/rio-do-sul.html. Acesso em 20 out. 2020.
KENT, R. D.; READ, C. Análise acústica da fala. Tradução de Alexsandro
Meireles. São Paulo: Cortez, 2015.
MENGARDA, E. J. Gênese e evolução dos dialetos trentino e vêneto.
Working papers em linguística, Florianópolis, v. 5, n. 1, p. 42-57, 2001.
DOI: https://doi.org/10.5007/%25x.
MONARETTO, V. Descrição da vibrante no português do Sul do Brasil.
In: BISOL, L.; COLLISCHONN, C. Português do sul do Brasil: variação
fonológica. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2009.
NISHIDA, G. Características acústicas do tap em grupos no PB. 2005.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Letras) – Universidade
Federal do Paraná, Curitiba, 2005.
RENNICKE, I. Variation and change in the rhotics of Brazilian Portuguese.
Tese (Doutorado em Linguística Teórica e Descritiva) - Faculdade
de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
SILVA, A. H. P. Para a descrição fonético-acústica das líquidas
do português brasileiro: dados de um informante paulistano. 1996.
Dissertação (Mestrado em Linguística) – Instituto de Estudos da
Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1996.
SILVA, A. H. P. Caracterização acústica de [R], [ɾ], [L] e [ʎ] nos dados de
um informante paulistano. Cadernos de estudos linguísticos, Campinas,
v. 37, p. 51-68, 1999.
SILVA, A. H. P. As fronteiras entre Fonética e Fonologia e a alofonia dos
róticos iniciais em PB: dados de dois informantes do sul do país. 2002.
Tese (Doutorado em Linguística) – Instituto de Estudos da Linguagem,
Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
SILVA, T. L. Imigração e migração: a colonização italiana no Sul e Oeste
de Santa Catarina. 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado
em História) – Universidade do Extremo Sul Catarinense, Criciúma, 2010.
SILVESTRE, J. C. C. Sociolinguística histórica. Madrid: Editorial
Gredos, 2007.
SORIANO, L. G. M. Percepções sociofonéticas do (-R) em São Paulo. 2016. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
SPESSATTO, M. B. Marcas da história: características dialetais dos
imigrantes italianos na fala de Chapecó. 2001. Dissertação (Mestrado em
Linguística) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2001.