Uma casa não é um lar

o afeto e o espaço físico em Madame Bovary (1856)

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.58802

Palabras clave:

Madame Bovary, Flaubert, espaço físico, afeto

Resumen

O presente trabalho almejou examinar quatro elementos do espaço físico de Madame Bovary pelo viés do afeto e do espaço psicológico das personagens, analisando o espaço a partir de Bachelard e Weisgerber e os coloridos do discurso do narrador e de Emma Bovary com base em Bakhtin. Dessa forma, demonstrou-se como a visão dos personagens influencia o discurso do narrador na descrição dos locais estudados, são eles: (i) a casa de Tostes, (ii) o castelo de La Vaubyessard, (iii) a casa de Yonville; e, por fim, (iv) o quarto no Hôtel de Boulogne. Percebeu-se essas interferências pelas emoções da protagonista refletidas nas escolhas lexicais do narrador, dentre as quais se focou, sobretudo, na dicotomia casa/lar (sa/ma maison e chez elle/chez nous). Assim, concluiu-se que a forma através da qual os ambientes são descritos no romance é permeada pelos sentimentos e percepções das personagens, especialmente de Emma Bovary.

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Publicado

2025-04-30

Cómo citar

Uma casa não é um lar: o afeto e o espaço físico em Madame Bovary (1856). (2025). Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 30(1), 139-154. https://doi.org/10.35699/2317-2096.2025.58802