Águas pós-coloniais em romances angolanos e moçambicanos

Autores/as

  • Jessica Falconi Centro de Estudos sobre África e Desenvolvimento (CEsA) | Lisboa | PT • Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) | Lisboa | PT • Universidade de Lisboa | Lisboa | PT https://orcid.org/0000-0001-7496-8274

DOI:

https://doi.org/10.17851/2238-3824.29.1.75-86

Palabras clave:

água, ecocrítica, espíritos acquáticos, ficção angolana, ficção moçambicana

Resumen

Este artigo apresenta uma proposta de cartografia do papel narrativo da água na literatura angolana e moçambicana, através da leitura comparada de quatro romances: O desejo de Kianda (1995) do angolano Pepetela; O livro dos rios (2006) de Luandino Vieira; Água: uma novela rural (2016) e Ponta Gea (2017) ambas do moçambicano João Paulo Borges Coelho. A introdução situa a cartografia proposta no quadro dos estudos de ecocrítica, cujos vários paradigmas oferecem ferramentas e conceitos úteis para a leitura das obras literárias selecionadas. A abordagem metodológica temática e comparativa evidencia experiências e imaginários comuns a dois contextos pós-coloniais, apesar da diferença de cenários, temáticas, escolhas estéticas e estratégias narrativas. Os resultados da análise demonstram que a água é um elemento crucial para narrar as sociedades angolana e moçambicana pós-coloniais.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ALAIMO, S. Trans-Corporeal Feminism and the Ethical Space of Nature. In: ALAIMO, S.; HEKMAN, S. (org.). Material Feminism. Bloomington: Indiana University Press, 2008. p. 237-264.

BENNET, J. Vibrant Matter. Dhuram: Duke University Press, 2010.

BORGES COELHO, J. P. Água. Uma novela rural. Lisboa: Caminho, 2016.

BORGES COELHO, J. P. Ponta Gea. Lisboa: Caminho, 2017.

CAMINERO SANTANGELO, B. Different Shades of Green: African Literature, Environmental Justice, and Political Ecology. Charlotesville: University of Virginia Press, 2014.

ERCOLESSI, M. C. L’Angola indipendente. Roma: Carocci, 2011.

FRANCAVILLA, R. Prefazione. Un uomo, i fiumi. In: VIEIRA, L. Il libro dei fiumi. Traduzione di Daniele Petruccioli, Roma: Gruppo Albatros il Filo, 2010. p. 5-12. (Di fiumi anziani e guerriglieri, I).

HOFMEYR, I.; NUTTAL, S.; LAVERY, C. Reading for Water. Interventions, v. 24, n. 3, p. 303-322, 2022.

IOVINO, S. The Living Diffractions of Matter and Text: Narrative Agency, Strategic Anthropomorphism, and How Interpretation Works. Anglia, v. 133, n. 1, p. 69-86, 2015.

IOVINO, S.; OPPERMANN, S. (org.). Material Ecocriticism. Bloomington: Indiana University Press, 2014.

IOVINO, S.; OPPERMANN, S. Material Ecocriticism: Materiality, Agency and Models of Narrativity. Ecozon@, v. 3, n. 1, p. 75-91, 2012.

LABAN, M. Angola: encontro com escritores. Porto: Fundação Eng. António de Almeida, 1991.

MIGNOLO, W.; WALSH, C. E. On Decoloniality: Concepts, Analytics, Praxis. Durham: Duke University Press, 2018.

MUECKE, S. Fabulation: Flying Carpets and Artful Politics in the Indian Ocean. In: MOORTY, S.; JAMAL, A. (org.). Indian Ocean Studies: Cultural, Social and Political Perspectives. New York: Routledge, 2010. p. 32-44.

NDLOVU-GATSHENI, S. Coloniality of Power in Postcolonial Africa. Dakar: Codesria, 2013.

NIBLETT, M. World Literature and Ecology: The Aesthetics of Commodity Frontiers. Cham: Palgrave, 2020.

PEPETELA. O desejo de Kianda. Lisboa: Caminho, 1995.

SHIVA, V. Water Wars: Privatization, Pollution and Profit. Brooklyn: South End Press, 2002.

TIFFIN, H.; HUGGAN, G. Postcolonial Ecocriticisim: Literature, Animals and Environments. New York: Routledge, 2010

VIEIRA, L. O livro dos rios. Lisboa: Caminho, 2006. (De rios velhos e guerrilheiros, I).

WIESER, D. “A língua é a própria carne do pensamento”. Entrevista a João Paulo Borges Coelho. Cadernos de Estudos Africanos, n. 32, 2016. DOI: https://doi.org/10.4000/cea.2141.

ZAPF, H. Literature as Cultural Ecology: Sustainable Texts. London; New York: Bloomsbury Academic, 2016.

Publicado

2024-08-07

Cómo citar

Falconi, J. (2024). Águas pós-coloniais em romances angolanos e moçambicanos. Caligrama: Revista De Estudos Românicos, 29(1), 75–86. https://doi.org/10.17851/2238-3824.29.1.75-86