Jorge Andrade e os clássicos gregos: miscelâneas em Pedreira das Almas
DOI :
https://doi.org/10.17851/2238-3824.22.1.5-27Mots-clés :
Jorge Andrade, classical tradition, re-creation, Antigone.Résumé
A literatura dramática brasileira, de forma geral, reflete uma
tensão latente no que diz respeito à retomada da cultura greco-latina.
Os clássicos evocam uma condição subalterna da qual nos queremos
livrar. Não obstante, o vínculo é inescapável. Esse impasse resultou
amiúde em obras relevantes e bastante originais. Em Pedreira das
Almas, Jorge Andrade, filho da grande erudição europeia e igualmente
da norte-americana, recria o passado a partir das diretrizes fundamentais
da cultura helênica, a saber, a obsessão pelo autorreconhecimento, a
liberdade frente à criação, os recursos da retórica antiga aplicados não
somente à linguagem mas, sobretudo, ao pensamento – a composição de personagens em quiasma, por exemplo – e a concepção da tragédia como movimento de transformação para uma cultura.