“A minha solidão é tão hedionda quanto a dos outros” – A (im)possibilidade de dar corpo ao passado na novela de Patrícia Reis
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.41.65.103-125Schlagwörter:
O que nos separa dos outros por um copo de whisky, Patrícia Reis, memória, ironia, morteAbstract
Partindo da tentativa de decifração do título atribuído à novela de Patrícia Reis – O que nos separa dos outros por um copo de whisky (2014) –, buscaremos compreender os motivos pelos quais um professor universitário se encontra em Macau, a beber desenfreadamente – fato implícito a uma narrativa ininterrupta em forma de monólogo. Com o intuito de preencher o vazio da existência, na esperança de ser salvo, tal personagem busca recuperar imagens fantasmáticas de seu passado por meio de vestígios memorialísticos que se sobrepõem nas malhas textuais. Como aparato teórico na busca por decifrar o enigma acerca do que separa o narrador-personagem dos outros, outras vozes se unirão à nossa. Ao mencionar questões em torno da morte da memória, das artimanhas da ironia e do humor, convocaremos as reflexões críticas de Lélia Parreira Duarte, em seu livro Ironia e humor na literatura (2006), e a questão do “salto no vazio” será trazida pelas mãos de Vladimir Safatle, através de O circuito dos afetos: corpos políticos, desamparo e o fim do indivíduo (2018).
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