A experiência do sujeito em Dispersão, de Mário de Sá-Carneiro
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.27.38.101-114Abstract
Os doze poemas de Dispersão, de Mário de Sá-Carneiro, apresentam uma poética em que o sujeito é o núcleo de todo o discurso, um sujeito que se lança numa tentativa de expansão que lembra o desejo de Rimbaud por amplidão, buscada, no poeta francês, através de um desregramento dos sentidos que chegava a colocar em suspensão uma pensável unidade subjetiva. A idéia de uma unidade, freqüentemente ligada à personalidade do artista, é uma questão para muito da lírica moderna. É entre a unidade de uma personalidade e sua desintegração que me interessa investigar a experiência subjetiva em Dispersão.
The poems of Dispersão, by Mário de Sá-Carneiro, show a singular poetics. There is, in the poems, a self that is the center of the discourse, a self that tries to expand itself. That resembles Rimbaud´s desire for amplitude, sought after, by the French poet, through a dissipation of the senses that puts in suspension a possible subjective unity. The idea of unity, often connected to the artist’s personality, is a question beyond modern lyric. My interest is to investigate the subjective experience in Dispersão, thinking about the unity of a personality and its dissipation.