Guimarães Rosa no espelho de Machado, Flaubert e cia.
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.22.30.25-48Resumen
A originalidade e a especificidade da obra de J. G. Rosa residem em sua capacidade de dialogar com culturas e formas de expressão muito diversas. Esse diálogo não nivela as diferenças sociais e políticas, religiosas e nacionais, estéticas e éticas, porém lhes confere tensão dramática e permite vê-las em perspectivas inusitadas. Analisaremos alguns desses eixos a partir da análise de “O Espelho”, conto que visa, para além do diálogo com Machado de Assis, uma reflexão sobre o realismo e o idealismo na literatura. Rosa inscreve sutilmente sua reflexão poética na tradição de Flaubert e Dostoiévski, de Goethe e Musil.
Rosa’s specific talent lies in his ability of communicating with different culture and multiple forms of expression. This dialogue is not a levelling out of social and political differences, of religious, national or aesthetic diversity, but a dramatization of their immanent tensions. The present article is an analysis of the story “The Mirror” in Machado’s and Rosa’s version and their reflection on realism and idealism in literature. Rosa establishes subtle links with the thought of Flaubert and Dostoiévski, Goethe and Musil