O envio da canção camoniana ‘Tão suave, tão fresca e tão fermosa’
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.29.42.209-277Resumen
A canção camoniana Tão suave, tão fresca, tão fermosa coloca algumas questões importantes no plano filológico. O seu esquema métrico é, como já foi indicado por Emmanuel Peireira Filho, de origem provençal : trata-se, com efeito, de um poema em ‘coblas unissonans’ e ‘dissolutas’, ao qual no índice do Padre Pedro Ribeiro se atribui o curioso nome de septina, proveniente talvez da terminologia musical. A propósito desta canção, o comentário de Faria e Sousa apresenta um dos exemplos mais conhecidos de tradição indirecta, que concerne ao envio. Além de discutir o problema da autenticidade destes dois versos, aliás imitados a partir dum soneto de Serafino Aquilano, aproveita-se a ocasião para identificar algumas das fontes impressas utilizadas por Faria e Sousa no que respeita à poesia italiana quinhentista.
Le poème de Camões Tão suave, tão fresca, tão fermosa propose quelques problèmes philologiques majeurs. C’est Emmanuel Pereira Filho qui attira la premier l’attention sur son schéma métrique, dont l’origine remonte à la poésie des troubadours : il s’agit en effet d’un poème rédigé en ‘coblas unissonans’ et ‘dissolutas’. L’index du manuscrit perdu du père Pedro Ribeiro lui attribue le nom très curieux de septina, emprunté sans doute à la terminologie musicale. Au sujet de ce poème Faria e Sousa, dans son commentaire de l’oeuvre camonienne, présente un des exemples les plus connus de tradition indirecte, concernant les deux vers de l’envoi, dont le modèle se trouve probablement dans un sonnet de Serafino Aquilano. Ces deux vers sont-ils authentiques ? En plus de débattre ce problème, on profite de l’occasion pour identifier quelques-unes parmi les sources imprimées utilisées par Faria e Sousa dans le domaine de la poésie italienne du XVIe siècle.