A força tanática na poesia de Nuno Júdice
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.32.48.73-85Resumen
Para Nuno Júdice a morte que o persegue a ele e a nós leitores é o medo do fim. No entanto, o poeta não conhece o fim porque está em osmose com todos os elementos e, associado à morte está a água, elemento de vida por excelência. E por mais pútrido que seja o cenário, os sujeitos criados por Nuno Júdice são sempre capazes de ressurgir das cinzas, da putrefacção e até de ver na morte a libertação. Apesar de a poesia do autor ser fortemente marcada pela figura da morte, ele mostra que esta faz parte da vida, pois morte e vida estão intimamente ligadas: uma precisa da outra para existir. Pretendemos demonstrar que para o poeta na morte há mais do que o vazio, há vida e caos e as palavras vão para além de simples significantes; elas são imagens vivas que desfilam no filme que Nuno Júdice projeta ao longo dos seus poemas. Desde os anos 90, o autor retomou o classicismo e a morte é menos recorrente. Parece ter havido uma reconciliação com as trevas.
Pour Nuno Júdice la mort qui le poursuit à lui-même et à nous lecteurs, c’est la peur de la fin. Cependant, le poète ne connaît pas la fin dans la mesure où il est en osmose avec tous les éléments et, associée à la mort il y a l’eau, élément de vie par excellence. Ainsi, pour plus que le décor soit putride, les hommes créés par Nuno Júdice sont toujours capables de revenir des cendres, de la putréfaction et de voir dans la mort la libération. Même si la poésie de l’auteur est fortement marquée par la figure de la mort. Il démontre qu’elle fait partie de la vie, puisque mort et vie sont intimement liées, l’une à besoin de l’autre pour exister. Nous voulons démontrer que pour le poète il y a bien plus dans la figure de la mort que le vide, il y a la vie et le chaos