Equivocidade da língua e alteridade do sujeito: a poesia de Fernando Pessoa
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.37.58.75-91Palabras clave:
equivocidade, língua, lalíngua (lalangue), poesia.Resumen
Este artigo tem por objetivo colocar em discussão a equivocidade concebida como condição incontornável da língua, com fundamento no trabalho de Jean Claude Milner: O amor da língua (2012) que toma, como ponto de partida, as noções lacanianas de sujeito do inconsciente e de lalíngua (lalangue). Com esse objetivo, destaca-se que o caráter equívoco da palavra surpreende o sujeito, dividindo-o, ou melhor, revelando-o em seu exílio de si mesmo. Nessa perspectiva, entraram em cena fragmentos da poesia de Fernando Pessoa cuja análise deu especial visibilidade à poesia como lugar privilegiado onde se aloja o equívoco da língua, ao mesmo tempo em que vislumbrou o estatuto do sujeito-suporte desse equívoco como sendo um sujeito dividido marcado por sua condição de alteridade.