“a alcipe, duplamente”: Vasco Graça Moura e o diálogo com a tradição
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.37.58.29-44Palabras clave:
Vasco Graça Moura, poesia portuguesa contemporânea, intertextualidade, transposição paródica.Resumen
O presente artigo tem como objetivo analisar elementos da poética de Vasco Graça Moura (1942-2014) a partir do poema “a alcipe, duplamente”, presente na antologia Poesia 2001/2005 (2006). Poeta de vertente clássica, Vasco Graça Moura se caracteriza pelo uso abundante das relações transtextuais (conforme a acepção de Gérard Genette) como elemento chave para a interpretação de seus poemas. No poema analisado, destacam-se a intertextualidade (citação, alusão), a arquitextualidade e a hipertextualidade como recursos poéticos. Em “a alcipe, duplamente”, o reconhecimento da relação transtextual com a obra de Pierre de Ronsard e da Marquesa de Alorna (Alcipe) se mostra fundamental para a construção do sentido do poema, num processo de transposição paródica da tradição literária.