Seriedade e transitoriedade
retratos poéticos de Lygia Fagundes Telles nas dedicatórias de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira
DOI:
https://doi.org/10.17851/2359-0076.43.69.181-191Palavras-chave:
Lygia Fagundes Telles, Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, retrato, dedicatória, autoficçãoResumo
O presente artigo analisa a construção da imagem canônica de Lygia Fagundes Telles nas dedicatórias poéticas de Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira, bem como em suas fotografias com a autora, presentes na quinta edição dos Cadernos de Literatura Brasileira (1998) do Instituto Moreira Salles. Para tal, vale-se da interpretação das dedicatórias dos poetas concomitantemente às fotografias, nas quais evidencia-se a seriedade e a transitoriedade como traços inerentes à autora. Soma-se, paralelamente, à imagem da escritora construída por Bandeira e Drummond, as narrativas presentes nas obras autoficcionais de Lygia, como A Disciplina do Amor (1980, 2010a) e Durante Aquele Estranho Chá (2002,2010b). Conclui-se que a construção da imagem de Lygia Fagundes Telles é arquitetada ativa e estrategicamente, tanto pelos olhos dos amigos, quanto pelo seu próprio, ao também pintar seu próprio retrato que permeia, fragmentado, sua escrita autoficcional. Assim, a autora é capaz de subverter esses dois elementos de sua personalidade inquieta (seriedade e transitoriedade) em literatura.
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Referências
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