A PRODUÇÃO DA NOÇÃO DE NORMALIDADE E SEUS SENTIDOS HISTÓRICOS
Palavras-chave:
normalidade, norma, inclusãoResumo
Este artigo é recorte de uma pesquisa mais ampla que analisou discursos da inclusão escolar,
em documentos oficiais, e o modo como operam estratégias de governamento sobre os sujeitos ditos
normais. Para isso, tensionar o conceito de normalidade foi fundamental para a pesquisa. O presente
texto tem assim por objetivo apresentar como a noção de normalidade foi sendo produzida
historicamente e junto a ela práticas de in/exclusão com ênfase no sujeito dito normal. Tomamos como
suporte teórico os estudos realizados por Michel Foucault, Lilia Lobo e Georges Canguilhem, autores
que em suas investigações tensionaram as noções de anormalidade e norma. Como resultados
construímos três sentidos históricos para a noção de normalidade que se encontram relacionados com os
saberes produzidos ao longo de cada época: a normalidade transcendental – evidenciada na Idade Média
e constituída pelos saberes religiosos e/ou divinos, estando vinculada ao corpo e a conduta dos sujeitos;
a normalidade científica – constituída pelos saberes científicos, entre os séculos XVI e XVIII, aparece
vinculada ao comportamento dos sujeitos e no fim do século XVIII, também, se mostra relacionada a
sua intimidade; e as normalidades diferenciais – associada a uma ciência de Estado, aos saberes estatísticos
e a uma norma flexível, que entra em operação na sociedade de seguridade. Essa noção se constitui a
partir de dois movimentos contemporâneos relacionados a um mesmo fenômeno: o da naturalização das
diferenças.
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