RACISMO RECREATIVO NOS CORPOS-TERRITÓRIO DE ADOLESCENTES NEGRAS NA ESCOLA

Autores

Palavras-chave:

adolescentes negras, educação básica, interseccionalidade, racismo recreativo, corpo-território

Resumo

O objetivo deste artigo é trazer à visibilidade a utilização do humor como mecanismo do racismo estrutural e as marcas deixadas nos corpos-território de adolescentes negras, estudantes da educação básica de uma escola pública da cidade de Governador Valadares — MG. O estudo apoiou-se em autores que discutem raça e autoras do feminismo negro, operando conceitualmente com racismo recreativo, interseccionalidade e corpo-território. O material empírico foi produzido em oficinas temáticas e as narrativas trazidas pelas 12 estudantes, participantes da pesquisa, foram analisadas por meio da análise episódica.  Os episódios narrados denunciam as marcas nos corpos-território dessas adolescentes, assim como a naturalização de opressões de raça e gênero, instrumentalizadas pelo racismo recreativo que comparece no cotidiano escolar. Esse comparecimento cria e reafirma estereótipos sobre a categoria “mulher negra”, provoca desejos de afastamento da escola para não serem alvo de “piadas” e/ou “brincadeiras”, e questionamentos sobre sua própria humanidade, ao refletirem se suas aparências se assemelham aos animais utilizados para “xingá-las”. As adolescentes denunciam os silenciamentos da escola frente a esse tipo de “humor”, tensionando a sua naturalização e nos provocam, como educadores/as, a posicionarmos contra esses silenciamentos que engendram exclusões e a naturalização do racismo, entre outros mecanismos, os disfarçados de humor, mas que precisam ser nomeados como racismo recreativo.

 

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Biografia do Autor

ERIKA BENIGNA NASCIMENTO, Secretaria de Estado de Educação (SEE). Governador Valadares, MG, Brasil

Professora da Educação Básica. Ativista do Coletivo Abayomi, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Núcleo Interdisciplinar Educação, Saúde e Direitos (NIESD), Univale/MG.

MARIA CELESTE REIS FERNANDES DE SOUZA, Universidade Vale do Rio Doce, Univale, MG, Brasil

Docente do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Gestão Integrado do Território. Pesquisadora do grupo de Pesquisa Núcleo Interdisciplinar Educação, Saúde e Direitos (NIESD), Univale/MG.

FERNANDA CRISTINA DE PAULA, Universidade Vale do Rio Doce, Univale, MG, Brasil

Professora da Educação Básica. Ativista do Coletivo Abayomi, Pesquisadora do Grupo de Pesquisa Núcleo Interdisciplinar Educação, Saúde e Direitos (NIESD), Univale/MG.

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Publicado

2024-07-12

Como Citar

NASCIMENTO, E. B., REIS FERNANDES DE SOUZA, M. C., & DE PAULA, F. C. (2024). RACISMO RECREATIVO NOS CORPOS-TERRITÓRIO DE ADOLESCENTES NEGRAS NA ESCOLA. Educação Em Revista, 40(40). Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/edrevista/article/view/45873

Edição

Seção

Artigos