DAVID BLOOR E O “PROGRAMA FORTE” DA SOCIOLOGIA DA CIÊNCIA: UM DEBATE SOBRE A NATUREZA DA CIÊNCIA

DAVID BLOOR AND THE “STRONG PROGRAM” OF THE SOCIOLOGY OF SICENCE: A DEBATE ON THE NATURE OF SCIENCE

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1983-21172020210120

Palavras-chave:

Sociologia do Conhecimento; Programa Forte; Natureza da Ciência.

Resumo

Este texto apresenta uma visão introdutória à sociologia do conhecimento de David Bloor, chamando a atenção a que o debate (sociológico ou não) em torno da natureza da ciência não terminou e que, nesta visão, a sociologia assume uma característica comum à própria ciência, isto é, não tem perguntas nem respostas finais. São abordados os quatro princípios-fundamentais do que Bloor chama de “programa forte” da sociologia do conhecimento, segundo o qual ela deve ser causal, imparcial, simétrica e reflexiva. Além desses princípios, são discutidas as posições de Bloor em relação a conceitos como empirismo, verdade e realidade, experiência e crença, e epistemologias como as de Popper, Kuhn, Durkheim e Latour. Algumas implicações desta visão para a educação científica são também discutidas.

This paper presents an introductory view of David Bloor’s sociology of knowledge, pointing out that the debate (sociological or not) on the nature of science has not ended yet and that, in this view, sociology has a feature typical of the science, that is, there are no final questions and answers. According to the four principles of what Bloor calls “strong program” of the sociology of science it must be causal, impartial, symmetric and reflexive. In addition to these principles, Bloor’s positions regarding concepts such as empirism, truth, and reality, experience and belief, and regarding epistemologies such as those of Popper, Kuhn, Durkheim and Latour are approached. Some implications of this view for scientific education are also discussed.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARAUJO, I. S.; MAZUR, E. Instrução pelos colegas e ensino sob medida: uma proposta para o engajamento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem de Física. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 30, n. 2, 2013. [ Links ]

BERLAND, L. K. et. al. Epistemologies in Practice: making scientific practices meaningful for students. Journal of Research in Science Teaching, vol. 53, n. 7, p. 1082-1112, 2016. [ Links ]

BLOOR, D. Conhecimento e imaginário social. São Paulo: Editora da UNESP, 2009. [ Links ]

BLOOR, D. Anti-Latour. Studies in History and Philosophy of Science, v. 30, pp. 81-112, 1999a. [ Links ]

BLOOR, D. Reply to Bruno Latour. Studies in History and Philosophy of Science, v. 30, n. 1, pp. 131-136, 1999b. [ Links ]

BLOOR, D. Ideals and monisms: recent criticisms of the Strong Programme in the sociology of knowledge. Studies in History and Philosophy of Science, 38, pp. 210-234, 2007. [ Links ]

DURKHEIM, E. The elementary forms of the religious life. Londres: Allen and Unwin. 1915, apud BLOOR, D. Conhecimento e imaginário social. São Paulo: Editora da UNESP, 2009. [ Links ]

FORATO, T. C. M; PIETROCOLA, M; MARTINS, R. A. Historiografia e natureza da ciência na sala de aula. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, vol. 28, n.1, p. 28-59, 2011. [ Links ]

KUHN, T. S. A estrutura das revoluções científicas. 6. ed. São Paulo: Perspectiva, 2003. [ Links ]

LAKATOS, I. La metodología de los programas de investigación científica. Madrid: Alianza, 1993. [ Links ]

LAKATOS, I. Infinite regress and the Foundations of Mathematics. Proceedings of the Aristotelian Society, sup., v. 36, pp. 155-184, 1962. [ Links ]

LATOUR, B.; WOOLGAR, S. A Vida de Laboratório: a produção dos fatos científicos. Rio de Janeiro: Relume Dumara, 1997. [ Links ]

LATOUR, B. Jamais fomos modernos, Rio de Janeiro: Editora 34, 1994. [ Links ]

MARTINS, R. A. Como Becquerel não descobriu a Radioatividade. Caderno Catarinense de Ensino de Física, 7(Número Especial), pp. 27-45, 1990. [ Links ]

MASSONI, N. T.; DANTAS, C. R. S; BARP, J. A Teoria da aprendizagem Significativa articulada ao “Ensino por Microprojetos”: uma possibilidade ao letramento científico. Revista Dynamis (FURB online), v. 25, n. 3, p. 52-67, 2019. [ Links ]

POPPER, K R. Conjecturas e refutações. 5. ed. Brasília: Editora da UnB, 2008 [ Links ]

POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científica. 6. ed. São Paulo: Editora Cultrix, 2000. [ Links ]

POPPER, K. R. A miséria do historicismo. São Paulo: Cultrix, 1980. [ Links ]

Downloads

Publicado

2021-02-03 — Atualizado em 2021-04-30

Edição

Seção

RELATOS DE PESQUISAS / RESEARCH REPORTS