EDITORIAL
Palabras clave:
projetos de restauração, tecnologiasResumen
Chegamos ao final do 2º ano e do quarto número de nossa revista. Esperamos com ele consolidar um espaço para a discussão – interdisciplinar por natureza – sobre o Ambiente Construído e o Patrimônio Sustentável. Neste sentido apresentamos neste número um foco sobre projetos de restauração e suas tecnologias.
Para isso, ninguém melhor que o “nosso” querido Mario Mendonça, para fazer a abertura em um artigo onde o autor recupera um pouco da luta pioneira no estabelecimento da restauração como disciplina científica, a importância das Redes de Ciência para Conservação, e da participação de especialistas de patrimônio nas agências de fomento de pesquisas.
Dentro desta linha, trabalhando em um campo em que temos avançado bastante nos últimos anos, mas que ainda merece toda nossa atenção, o artigo “Aplicações da Fluorescência de Raios X no Estudo de Materiais Arqueológicos” apresenta os resultados da utilização da Fluorescência em três diferentes tipos de materiais arqueológicos, e será importante não somente para os arqueólogos, mas para todos que trabalham na área de patrimônio devido à possibilidade de utilização da técnica em outros contextos.
Ainda falando da Arqueologia, mas desta vez a Industrial, temos o artigo de Ronaldo A. Rodrigues da Silva: “Arqueologia Industrial e Patrimônio Industrial: “novo” Enfoque à Memória Cultural”. Foi com muito prazer que vimos à possibilidade de incluir neste número um artigo sobre Patrimônio Industrial. De importância crescente em todo o mundo, no Brasil, as pesquisas são ainda incipientes. A necessidade de valorização deste importante tipo de patrimônio tem sido uma das tônicas da Pós-Graduação em Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável da UFMG, e para o seu avanço, nada mais oportuno que um artigo tratando dos aspectos gerais da disciplina, e propondo mudanças de abordagens.
A seguir, apresentando o resultado de pesquisa realizada pelo Departamento de Patrimônio Histórico da Casa de Oswaldo Cruz (Fundação Oswaldo Cruz) e financiada pelo CNPq temos o artigo “Revitalização das Fachadas do Pavilhão Mourisco”. No artigo são apresentados e avaliados não só os resultados da composição da argamassa do Pavilhão – significativo e belo monumento de nosso patrimônio - como as possibilidades possíveis para a sua conservação, e a importância da relação entre a pesquisa científica e a prática profissional. É o que demonstra também o artigo seguinte, “Análise de Esforços na Igreja de Santa Teresa em Salvador”, ao comparar métodos distintos para o cálculo estrutural de construções históricas. Sua conclusão, pela possibilidade de uso do método da Grafostática, como aproximação razoável do método dos elementos finitos, sem dúvida será útil a diversos profissionais da área.
Os próximos dois artigos tratam da análise de duas restaurações realizadas. Tem em comum o fato de trazer à reflexão acadêmica a prática profissional, e daí a sua importância. O primeiro deles, discute a experiência vivida pela Universidade Federal do Pará no processo de conservação de um chalé construído em ferro fundido, apresentado uma sistematização importante não só sobre a conservação em geral, mas também especificamente sobre a arquitetura de ferro.
O segundo trata do processo de restauração ocorrida na Capela pertencente ao núcleo do Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. Recuperando toda a história da restauração executada, a autora reflete, ao mesmo tempo, sobre os dilemas e impasses da prática profissional.
Dando seqüência, temos o artigo da profa. Beatriz, que nos permite recuperar a história agora, sob o ponto de vista do patrimônio móvel. Apontando para a necessidade de avançarmos nas abordagens integradas de Patrimônio, o artigo permite refletir não só sobre a constituição do campo disciplinar, mas também da própria disciplina no país.
A necessidade da conservação dos casarios históricos nas diversas cidades brasileiras, assim como das próprias técnicas construtivas, tem levado a uma interface cada vez maior entre a chamada “arquitetura vernacular” e a conservação das construções. Daí a importância do artigo de Parisi que relata e analisa criticamente um processo de resgate de uma de nossas mais significativas técnicas construtivas: as obras em terra. No artigo são também apresentadas e discutidas várias das questões relativas à vida das comunidades indígenas brasileiras, o que o torna ainda mais instigante. Com este artigo, fecha-se este número da revista.
Começando pela constituição do próprio campo do conhecimento na área por meio do artigo dos professores, Mario Mendonça e Beatriz, passando por resultados de pesquisas (“Aplicações da Fluorescência de Raios X no Estudo de Materiais Arqueológicos”; “Revitalização das Fachadas do Pavilhão Mourisco”; “Análise de Esforços na Igreja de Santa Teresa em Salvador”), pela própria reflexão sobre a prática profissional (Chalé da Universidade Federal do Pará, Capela da Santa Casa de Misericórdia), e apresentando questões menos convencionais como o Patrimônio Industrial (“Arqueologia Industrial e Patrimônio Industrial: “novo” Enfoque à Memória Cultural”) e o Patrimônio Imaterial (Técnicas Vernaculares, no artigo de Parisi) acreditamos que foi possível, neste número, apresentarmos uma razoável amostra das possibilidades de interfaces entre a tecnologia e a conservação e avançarmos em nosso objetivo primeiro: divulgar o conhecimento científico Latino-Americano na área do Ambiente Construído e Patrimônio Sustentável. Para finalizar, neste último número de nosso segundo ano, não poderia deixar de registrar, em nome de todo nosso corpo editorial, o nosso muito obrigado a todos que contribuíram e tem contribuído para o sucesso de nossa revista.
Belo Horizonte, novembro de 2008.
Marco Antônio Penido de Rezende
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