Turismo, espaço e tempo social
acepções teóricas da modernidade em movimento
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13234Palavras-chave:
Turismo, Tempo, Espaço-mercadoria, Capitalismo, ModernidadeResumo
Este artigo propõe a concepção do turismo enquanto fenômeno socioespacial nascido das contradições da maquinaria produtiva da modernidade – incorporando inúmeras interfaces capitalistas e seus respectivos mecanismos de expansão ao transformar o próprio espaço (destino turístico) em mercadoria, “fetichizando” lugares e despertando no imaginário do homem moderno o desejo de viajar e consumir paisagens e culturas, movimentar-se pelo mundo e realizar compras por toda parte, fotografar lugares remotos do globo terrestre e para lá ampliar as estruturas de acumulação e reprodução do capital. Dialeticamente, têm-se a massificação dos espaços turísticos e a sua incorporação às esferas produtivas globais sob os respectivos domínios da indústria cultural, processo que se atrela à alienação do uso do tempo de não-trabalho.Referências
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