Agricultura urbana
prática espontânea, política pública e transformação de saberes rurais na cidade
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..13322Palavras-chave:
Agricultura Urbana, Políticas Públicas, Política UrbanaResumo
O artigo discute conceitos e práticas de agricultura urbana (AU) que vem ocorrendo em várias cidades do mundo. Enfoca particularmente iniciativas que acontecem em Belo Horizonte, realizadas tanto pela população moradora de vilas e bairros periféricos, de modo informal e espontâneo, quanto pelo governo local que a toma como objeto de intervenção pública com finalidades específicas. Propõe-se uma reflexão sobre a natureza da cidade que é constituída principalmente de ambiente construído, mas, também, de áreas verdes, parques e terrenos vagos que abrangem vários usos, inclusive o uso agrícola. O artigo discute as potencialidades da AU face às concepções vigentes de cidade ecológica, cidade produtiva e cidade inclusiva, relacionadas às dimensões ambiental, social e cultural da cidade. Pondera sobre a dificuldade de acesso seguro à terra urbana para manutenção das práticas de AU que são espacialmente localizadas e se caracterizam pela oferta de produtos alimentícios. Concluímos que a discussão sobre a AU ainda é frágil e enfrenta desafios para a sua efetivação enquanto política social com rebatimento nas políticas urbanas. A AU não é prática nova, mas é um campo de pesquisa novo e, por isso, deve ser compreendida como parte dos processos e lutas que compõem a realidade urbana atual.Downloads
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