A evidência de práticas orientalistas como instrumento do imperialismo no pós-11 de Setembro

Autores

  • Leonardo Luiz Silveira da Silva Pontifícia Universidade Católica de Minas gerais

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13361

Palavras-chave:

Imperialismo, Orientalismo, Edward Said, Etnocentrismo, Atentados terroristas de 11 de Setembro

Resumo

A retórica imperialista esteve durante muito tempo a serviço de uma mission civilisatrice que justificava moralmente a subjugação de um povo por outro. Esta estratégia passava pela criação de estereótipos pejorativos que se apoiavam em uma proposta fortemente etnocêntrica. O professor Edward Said, um dos expoentes dos estudos pós-coloniais, sugeriu o termo “Orientalismo”, que seria um modo de abordar o Oriente – propriamente do mundo islâmico – baseado na experiência ocidental europeia. Através de sua apurada crítica, o professor apresenta as diversas formas de consolidar imaginários que estavam a serviço do imperialismo europeu. Com a descolonização e após o fim da Guerra Fria, um resgate da abordagem orientalista coincide com o posicionamento do mundo islâmico como um entrave às aspirações ocidentais. O fortalecimento do Orientalismo torna-se ainda mais notório após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. O artigo tem como objetivo apontar indícios do resgate orientalista no mundo contemporâneo como forma de justificativa moral para o imperialismo. O texto a seguir trata-se de uma tentativa de mostrar que os discursos hegemônicos estão a serviço de causas menos nobres que se transvestem de pretensos valores universais.

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Publicado

2013-12-01

Como Citar

Silva, L. L. S. da. (2013). A evidência de práticas orientalistas como instrumento do imperialismo no pós-11 de Setembro. Revista Geografias, 9(2), 56–74. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13361

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