Gosto geográfico

Autores

  • Virgínia de Lima Palhares

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..15376

Palavras-chave:

gosto, Terra, geograficidade

Resumo

O texto reflete uma escrita sobre o gosto compreendido pelo olhar geográfico. O fio condutor do entrelaçamento das ideias a serem expostas é o gosto; aqui ele se afirma no seu sentido metafórico em alguns momentos para mostrar uma Terra reconhecida como organismo vivo. Ele nos dá a condição de adentrarmos em nós mesmos e percebermos a nossa existência na Terra. Temos, hoje, uma Terra arranhada pelo gosto amargo da ambição, refletida nas doces e suaves ondulações da paisagem. No emaranhado das linhas que perpassam o gosto, são abordados com mais frequência os conceitos de sabor, Terra, paisagem e experiência, escolhidos para a ranhura desta escrita. Noguera, Serres, Agamben, Calvino e outros me acompanharam e orientaram durante o traçado do texto. Ao término, percebi que as palavras se juntam a outras para produzir o sentido que busco para a Terra, sempre acompanhada pela geograficidade dardeliana. Assim, recorro à poética para dizer que o caminho para uma Terra com gosto pode ser decifrado quando a pessoa humana saborear a sua pele – paisagem – e deixar a Terra ser Terra, viva.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Gosto. Tradução de Cláudio Oliveira. 1. Ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017. (Filô Agamben).

ARISTÓTELES. Obras completas. Sobre a alma. Tradução de Ana Maria Lóio. LisboaPT: Imprensa NacionalCasa da Moeda, 2010.

BESSE, Jean-Marc. O gosto do mundo: exercícios de paisagem. Tradução de Annie Cambe. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2014. (Clássicos da Ciência).

BRUNHES, Jean. Geografía Humana. 2ª ed. Barcelona: Editorial Juventud S. A., 1955.

CALVINO, Ítalo. Sob o sol-jaguar. Tradução de Nilson Moulin. São Paulo: Cia das Letras, 1995.

CERTEAU, Michel. A invenção do cotidiano: 2. Morar, cozinhar. Tradução de Ephraim F. Alves e Lucia Endlich Orth. 12ª ed. Petrópolis: Vozes, 2013.

DARDEL, Eric. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. Tradução de Werther Holzer. São Paulo: Perspectiva, 2011.

ESTERMANN, Josef. Filosofia andina. Sabiduria indígena par aun mundo nuevo. 2.ed. La Paz: ISEAT, 2006.

GIRALDO, Omar Felipe. El discurso moderno frente al “pachamamismo”: la metáfora de la naturaleza como recurso y el de la Tierra como madre. POLIS – Revista L a t i n o a m e r i c a n a . Santiago-CL, v. 11, nº 33, dez. 2012, p. – p. 219-232

GODOY, Ana. A menor das ecologias. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

HEIDEGGER, Martin. A origem da obra de arte. Tradução de Maria da Conceição Costa. Lisboa: Edições 70, 1977.

HOLZER, WERTHER. Influência de Eric Dardel na construção da geografia humanista norte americana. Anais... XVI ENCONTRO NACIONAL DOS GEÓGRAFOS, 2010, Porto Alegre. Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças. p.1- 11. Disponível em: file:///Users/virginia/ Documents/T0012%20 -%20Werther%20 Holzer.pdf. Acesso em: 03 de set. 2011. O lugar na Geografia Humanista. Território. Rio de Janeiro. n° 7., ano IV, p. 67- 78, jul./dez., 1999.

LE BRETON, David. Antropologia dos sentidos. Tradução de Francisco Morás. Petrópolis, RJ: Vozes, 2016.

MARANDOLA Jr, Eduardo. Saberes dos corpos alimentados: ensaio de geografia hedonista. Geograficidade. Niterói, v. 4, p. 16- 24, Edição especial. Outono de 2014.

NOGUERA, Ana Patrícia & MUÑOZ, Jaime Alberto Pineda. Naturaleza y nuevas geografias-sur. In: Geograficidade. v.4, nº 1, p.20-29, verão 2014,.

NOGUERA, Ana Patricia. Complejidad ambiental: propuestas éticas emergentes del pensamiento ambiental latinoamericano. Gestión y Ambiente, Universidad Nacional de Colombia, Colombia, v. 10, nº. 4, p. 5-30, mayo, 2007. Crisis ambiental - Crisis civilizatória: el giro ambiental de lo humano en tiempos de crisis civilizatória. Palestra realizada em 20/10/2013 no Instituto de Filosofia, Sociologia e Política. NORUS – Novos Rumos Sociológicos. PelotasRS, v. 3, nº. 3, p. 125- 133, jan-jun, 2015.

PARDO, Jose Luis. Sobre los espacios - pintar, escribir, pensar. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1991. (Coleción De los Ediciones del Serbal, 4).

PERULLO, Nicola. O gosto como experiência. Ensaio sobre filosofia e estética do alimento. Trad. Alessandro Valério. São Paulo: SESI-SP Editora, 2013. (Memória e Sociedade).

PROUST, Marcel. Em busca do tempo perdido. V.1. Tradução de Mário Quintana. 3 ed. São Paulo: Globo, 2006.

SAVARIN, Brillat. A fisiologia do gosto. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

SERRÃO, Adriana Veríssimo. Paisagem, uma categoria em transição. In: SERRÃO, Adriana Veríssimo (Org.). Filosofia e arquitetura da paisagem. Um manual. Lisboa: Ed. Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2012. Pensar a paisagem. Interpelações à estética de Kant. Estudos kantianos. Marília-SP, v.5, nº.1, p.45-58, jan./jun., 2017.

SERRES, Michel. Os cinco sentidos: filosofia dos corpos misturados. Tradução de Eloá Jacobina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.

STEIN, Rudolf. Os doze sentidos e os sete processos vitais: conferência proferida em Dornach (Suíça), em 12 de agosto de 1916. Tradução de Christa Glass. 4ª.ed. São Paulo:Antroposófica, 2012.

TAVARES, GONÇALO M. Atlas do corpo e da imaginação: Teoria, fragmentos e imagens. Alfragide-PT: Ed. Caminho, 2013.

TUAN, Yi Fu. Topofilia. Tradução de Lívia de Oliveira. Londrina:EdUEL, 2012.

Downloads

Publicado

2019-10-01

Como Citar

Palhares, V. de L. (2019). Gosto geográfico. Revista Geografias, 58–70. https://doi.org/10.35699/2237-549X.15376