A paisagem e a casa
da porta para fora e da porta para dentro
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X..24474Palavras-chave:
Paisagem, Casa, Fenomenologia, Arquitetura e UrbanismoResumo
Este texto apresenta a casa como desveladora da paisagem, assumindo esta em sua natureza de experiência sensível do ser-no-mundo, não existindo senão em relação. De caráter pré-reflexivo e pertencente à ordem do sentir, a paisagem é experienciada pelo ser-no-mundo com seu corpo físico e sua historicidade, memórias, identidade, dentre outros aspectos que o levam a manifestar-se e relacionar-se com seu mundo-vivido de maneira única. A paisagem a que me refiro é, portanto, uma unidade sensorial que abarca a dimensão existencial do ser-no-mundo. Considerando que experiências são a matéria-prima constituinte do ser-no-mundo, compreendemos que a paisagem também participa dessa construção, além de configurar-se como uma expressão palpável da atuação do ser-no-mundo – há, portanto, uma construção recíproca, da qual a arquitetura e o desenho do tecido urbano são elementos importantes a tocar a dimensão existencial do ser-no-mundo.
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