A paisagem e a casa

da porta para fora e da porta para dentro

Autores

  • Gabriela Gazola Brandão UFF

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..24474

Palavras-chave:

Paisagem, Casa, Fenomenologia, Arquitetura e Urbanismo

Resumo

Este texto apresenta a casa como desveladora da paisagem, assumindo esta em sua natureza de experiência sensível do ser-no-mundo, não existindo senão em relação. De caráter pré-reflexivo e pertencente à ordem do sentir, a paisagem é experienciada pelo ser-no-mundo com seu corpo físico e sua historicidade, memórias, identidade, dentre outros aspectos que o levam a manifestar-se e relacionar-se com seu mundo-vivido de maneira única. A paisagem a que me refiro é, portanto, uma unidade sensorial que abarca a dimensão existencial do ser-no-mundo. Considerando que experiências são a matéria-prima constituinte do ser-no-mundo, compreendemos que a paisagem também participa dessa construção, além de configurar-se como uma expressão palpável da atuação do ser-no-mundo – há, portanto, uma construção recíproca, da qual a arquitetura e o desenho do tecido urbano são elementos importantes a tocar a dimensão existencial do ser-no-mundo.

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Publicado

2020-08-05

Como Citar

Brandão, G. G. (2020). A paisagem e a casa: da porta para fora e da porta para dentro. Revista Geografias, 41–54. https://doi.org/10.35699/2237-549X.24474