Geografia, escalas e a lua
do geocentralismo à ontologia
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.2021.25288Palavras-chave:
Pensamento geográfico, Cartografia, Escalas, OntologiaResumo
O trabalho visou a aprofundar o estudo da escalaridade diferencial proposto por Lacoste. Para tanto, formou-se um arcabouço conceitual: desde a observação que olha, a orientação que guia, a referência que estabelece relação e o referencial que direciona a partir do Eu geográfico; que se direciona (comumente) para o centro da Terra. Assim, para conduzirmos uma análise colocamos a Lua além da Terra para compreensão das escalas e, com isso, percebeu-se que existe um “paradoxo da escalaridade”; afinal, ao olharmos para Lua temos uma escala pequena, assim como olhando dela para a Terra temos também uma escala pequena, assim, a problemática ontológica se elucida, pois, as escalas não são fixas como se pensava, talvez pelo costume de olhar para os mapas que se orientam para a Terra estudando sua superfície em diversas escalaridades – todas com o mesmo ponto fixo –, acaba-se por ter o centro da Terra como ponto de fuga, contudo, podemos colocar o centro em qualquer objeto do mundo de objetos, sejam reais ou abstratos, chegando à proposição geodescentralista de escalas, para tanto, em uma perspectiva ontológica.
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