Como vislumbrar os lugares no/do Plantationoceno?

Vulnerabilidades nos fins de mundo(s)

Auteurs

  • Carlos Roberto Bernardes de Souza Júnior Professor colaborador do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Professor formador da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) https://orcid.org/0000-0003-2630-657X

DOI :

https://doi.org/10.35699/2237-549X.2024.49241

Mots-clés :

Antropoceno, Precariedade, Sentido de Lugar, Fratura ambiental e colonial

Résumé

Ante às generalizações do conceito de Antropoceno, a ideia do Plantationoceno visa colocar no centro da discussão o caráter topológico da dupla fratura ambiental e colonial. Desse modo, o presente ensaio visa problematizar de que modo os efeitos do Plantationoceno potencialmente se alastram nos mundos e nos lugares, gerando situações de vulnerabilidade. Para tanto, se realiza uma revisão bibliográfica articulada à reflexão teórica que associa discussões das cosmopolíticas, dos estudos de ciência e tecnologia, da decoloneidade e da filosofia ambiental com os referenciais da Geografia Cultural. Identifica-se que o Plantationoceno pode ser também entendido como uma condição geográfica que multiplica situações de vulnerabilidade e precariedade dos lugares. Esse processo transmuta lugaridades em fins de mundos que afetam as dinâmicas existenciais de seres humanos e não humanos, os situando em situações de (sobre)vivência entremeio às ameaças topocídicas.

Biographie de l'auteur

  • Carlos Roberto Bernardes de Souza Júnior, Professor colaborador do Departamento de Geografia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Professor formador da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

    Doutor em Geografia pela Universidade Federal de Goiás (UFG), com estágio sanduíche na Université de Paris VII - Diderot. Mestre em Geografia pela UFG, Licenciado e Bacharel em Geografia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Références

ABRAM, D. The spell of the sensuous: perception and language in a more-than-human world. New York: Vintage Books, 1996.

ARÁOZ, H. M. “América”: Mina e plantação. Uma perspectiva decolonial sobre as origens do “Antropoceno”. GEOgraphia, v.25, n.55, p.1-24, 2023.

BARUA, M. Plantationocene: a vegetal geography. Annals of the American Association of Geographers, v.113, n.1, p.13-29, 2023.

BORRÀS-PENTINAT, S. Del Antropoceno al Ecoceno: propuestas jurídicas de la transición ecosocial para el cuidado de la vida. Revista Iberoamericana de Estudios de Desarrollo, v.12, n.1, p.242-275, 2023.

BUBANDT, N. Hauntedgeologies: spirits, stones, and thenecropoliticsoftheAntropocene. In: TSING, A. Et Al (Orgs.) Arts of Living on a damaged planet: Ghosts. University of Minnesota Press: Minneapolis, 2017, p.67-86.

CARNEY, J. A. Subsistence in the Plantationocene: dooryard gardens, agrobiodiversity, ad the subaltern economies of slavery. The journal of peasant studies, v.48, n.5, p.1-25, 2020.

CASEY, E. S. Body, Self and Landscape: A geophilosophical inquiry into the Place-World. In: ADAMS, P. C.; HOELSCHER, S.; TILL, K. E. (Orgs.) Textures of place: exploring humanist geographies. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2001, p.403-425.

CHARTIER, D. The Deplantationocene: listening to yeasts and rejecting the plantation worldview. In: BRIVES, C.; REST, M.; SARIOLA, S. (Orgs.) With Microbes. Manchester: Mattering Press, 2021, p.43-63.

CRUTZEN, P. J. The “anthropocene”. Journal de Physique IV France, v.12, n.10, p.1-5, 2002.

DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Hámundoporvir?Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro: Florianópolis, 2017.

DARDEL, E. O Homem e a Terra. São Paulo: Perspectiva, 2011.

DAVIS, J.; MOULTON, A.; SANT, L. V.; WILLIAMS, B. Anthropocene, Capitalocene, …Plantationocene?: A manifesto for ecological justice in an age of global crises. Geography Compass, v.13, n.5, p.1-15, 2019.

DEMOS, T. J. Decolonizing nature: Contemporary Art and the politics of ecology. Sternberg press: Berlin, 2016.

FERDINAND, M. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: UBU editora, 2022.

HARAWAY, D.; ISHIKAWA, N.; GILBERT, S. F.; OLWIG, K.; TSING, A. L.; BUBANDT, N. Anthropologists are Talking – About the Anthropocene. Ethnos, v.81, n.3, p.535-564, 2016.

HOLZER, W. Mundo e lugar: ensaio de geografia fenomenológica. In: MARANDOLA JR., E; HOLZER, W.; LÍVIA, O. (Orgs.) Qual o espaço do lugar?São Paulo: Perspectiva, 2014.

HOLZER, W. Reflexões heréticas sobre a ecologia decolonial. In: MARANDOLA JR, E.; HOLZER, W.; BATISTA, G. S. (Orgs.) Portais da Terra: contribuições dos estudos humanistas para a Geografia Contemporânea 1. Teresina: EdUFPI, 2023, p.211-241.

JORONEN, M.; ROSE, M. Vulnerability and its politics: precarity and the woundness of power. Progress in HumanGeography, v.44, n.5, p.1-17, 2020.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

KRENAK, A. Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

LORIMER, H. Dear departed: Writing the lifeworlds of place. Transactions of the Institute of British Geographies, v.4, n.2, p.1-15, 2019.

LORIMER, J. The Anthropo-scene: A guide for the perplexed. Social Studies of Science, v.47, n.1, p.1-26, 2016.

MARANDOLA JR, E. Fenomenologia do ser-situado: crônicas de um verão tropical urbano. São Paulo: Editora da UNESP, 2021.

MAXAKALI, I; MAXAKALI, S. Desta terra, para esta terra. Caderno de leituras, n.107, p.1-5, 2020.

MCKITTRICK, K. On plantations, prisons, and a black sense of place. Social & Cultural Geography, v.12, n.8, p.947-963, 2011.

MCKITTRICK, K. Plantation futures. Small Axe, v.42, n.11,p.1-15, 2013.

MOORE, J. W. Capitalism in the Web of Life: Ecology and the Accumulation of Capital. London: Verso, 2015.

MYERS, N. How to grow livable worlds: ten not-so-easy steps. In: OLIVER-SMITH, K. (Org.) The world to come: art in the age of the Anhropocene. Gainesville: Samuel P Harn Museum of Art, 2018, p.53-64.

SIMPSON, M. The Anthropocene as colonial discourse. Environment and Planning D: Society and Space, v.38, n.1, p.53-71, 2020.

TOADVINE, T. Climate collapse, judgment day, and the temporal sublime. Puncta: Journal of Critical Phenomenology, v.4, n.2, p.127-143, 2021.

TRIGG, D. The Memory of Place:a phenomenology of the uncanny. Athens: Ohio University Press, 2012.

TSING, A. L. The Mushroom at the End of The World: On the possibility of life in capitalist ruins. Princeton University Press: Princeton, 2015.

WOLFORD, W. The Plantationocene: A lusotropical contribution to the theory. Annals of the Association of Geography, v.111, n.6, p.1-18, 2021.

Téléchargements

Publiée

2025-01-15

Comment citer

Como vislumbrar os lugares no/do Plantationoceno? Vulnerabilidades nos fins de mundo(s). (2025). Revista Geografias, 20(2), 64-84. https://doi.org/10.35699/2237-549X.2024.49241