Como vislumbrar os lugares no/do Plantationoceno?
Vulnerabilidades nos fins de mundo(s)
DOI:
https://doi.org/10.35699/2237-549X.2024.49241Palabras clave:
Antropoceno, Precariedade, Sentido de Lugar, Fratura ambiental e colonialResumen
Ante às generalizações do conceito de Antropoceno, a ideia do Plantationoceno visa colocar no centro da discussão o caráter topológico da dupla fratura ambiental e colonial. Desse modo, o presente ensaio visa problematizar de que modo os efeitos do Plantationoceno potencialmente se alastram nos mundos e nos lugares, gerando situações de vulnerabilidade. Para tanto, se realiza uma revisão bibliográfica articulada à reflexão teórica que associa discussões das cosmopolíticas, dos estudos de ciência e tecnologia, da decoloneidade e da filosofia ambiental com os referenciais da Geografia Cultural. Identifica-se que o Plantationoceno pode ser também entendido como uma condição geográfica que multiplica situações de vulnerabilidade e precariedade dos lugares. Esse processo transmuta lugaridades em fins de mundos que afetam as dinâmicas existenciais de seres humanos e não humanos, os situando em situações de (sobre)vivência entremeio às ameaças topocídicas.
Referencias
ABRAM, D. The spell of the sensuous: perception and language in a more-than-human world. New York: Vintage Books, 1996.
ARÁOZ, H. M. “América”: Mina e plantação. Uma perspectiva decolonial sobre as origens do “Antropoceno”. GEOgraphia, v.25, n.55, p.1-24, 2023.
BARUA, M. Plantationocene: a vegetal geography. Annals of the American Association of Geographers, v.113, n.1, p.13-29, 2023.
BORRÀS-PENTINAT, S. Del Antropoceno al Ecoceno: propuestas jurídicas de la transición ecosocial para el cuidado de la vida. Revista Iberoamericana de Estudios de Desarrollo, v.12, n.1, p.242-275, 2023.
BUBANDT, N. Hauntedgeologies: spirits, stones, and thenecropoliticsoftheAntropocene. In: TSING, A. Et Al (Orgs.) Arts of Living on a damaged planet: Ghosts. University of Minnesota Press: Minneapolis, 2017, p.67-86.
CARNEY, J. A. Subsistence in the Plantationocene: dooryard gardens, agrobiodiversity, ad the subaltern economies of slavery. The journal of peasant studies, v.48, n.5, p.1-25, 2020.
CASEY, E. S. Body, Self and Landscape: A geophilosophical inquiry into the Place-World. In: ADAMS, P. C.; HOELSCHER, S.; TILL, K. E. (Orgs.) Textures of place: exploring humanist geographies. Minneapolis: University of Minnesota Press, 2001, p.403-425.
CHARTIER, D. The Deplantationocene: listening to yeasts and rejecting the plantation worldview. In: BRIVES, C.; REST, M.; SARIOLA, S. (Orgs.) With Microbes. Manchester: Mattering Press, 2021, p.43-63.
CRUTZEN, P. J. The “anthropocene”. Journal de Physique IV France, v.12, n.10, p.1-5, 2002.
DANOWSKI, D.; CASTRO, E. V. Hámundoporvir?Ensaio sobre os medos e os fins. Desterro: Florianópolis, 2017.
DARDEL, E. O Homem e a Terra. São Paulo: Perspectiva, 2011.
DAVIS, J.; MOULTON, A.; SANT, L. V.; WILLIAMS, B. Anthropocene, Capitalocene, …Plantationocene?: A manifesto for ecological justice in an age of global crises. Geography Compass, v.13, n.5, p.1-15, 2019.
DEMOS, T. J. Decolonizing nature: Contemporary Art and the politics of ecology. Sternberg press: Berlin, 2016.
FERDINAND, M. Uma ecologia decolonial: pensar a partir do mundo caribenho. São Paulo: UBU editora, 2022.
HARAWAY, D.; ISHIKAWA, N.; GILBERT, S. F.; OLWIG, K.; TSING, A. L.; BUBANDT, N. Anthropologists are Talking – About the Anthropocene. Ethnos, v.81, n.3, p.535-564, 2016.
HOLZER, W. Mundo e lugar: ensaio de geografia fenomenológica. In: MARANDOLA JR., E; HOLZER, W.; LÍVIA, O. (Orgs.) Qual o espaço do lugar?São Paulo: Perspectiva, 2014.
HOLZER, W. Reflexões heréticas sobre a ecologia decolonial. In: MARANDOLA JR, E.; HOLZER, W.; BATISTA, G. S. (Orgs.) Portais da Terra: contribuições dos estudos humanistas para a Geografia Contemporânea 1. Teresina: EdUFPI, 2023, p.211-241.
JORONEN, M.; ROSE, M. Vulnerability and its politics: precarity and the woundness of power. Progress in HumanGeography, v.44, n.5, p.1-17, 2020.
KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
KRENAK, A. Futuro Ancestral. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.
LORIMER, H. Dear departed: Writing the lifeworlds of place. Transactions of the Institute of British Geographies, v.4, n.2, p.1-15, 2019.
LORIMER, J. The Anthropo-scene: A guide for the perplexed. Social Studies of Science, v.47, n.1, p.1-26, 2016.
MARANDOLA JR, E. Fenomenologia do ser-situado: crônicas de um verão tropical urbano. São Paulo: Editora da UNESP, 2021.
MAXAKALI, I; MAXAKALI, S. Desta terra, para esta terra. Caderno de leituras, n.107, p.1-5, 2020.
MCKITTRICK, K. On plantations, prisons, and a black sense of place. Social & Cultural Geography, v.12, n.8, p.947-963, 2011.
MCKITTRICK, K. Plantation futures. Small Axe, v.42, n.11,p.1-15, 2013.
MOORE, J. W. Capitalism in the Web of Life: Ecology and the Accumulation of Capital. London: Verso, 2015.
MYERS, N. How to grow livable worlds: ten not-so-easy steps. In: OLIVER-SMITH, K. (Org.) The world to come: art in the age of the Anhropocene. Gainesville: Samuel P Harn Museum of Art, 2018, p.53-64.
SIMPSON, M. The Anthropocene as colonial discourse. Environment and Planning D: Society and Space, v.38, n.1, p.53-71, 2020.
TOADVINE, T. Climate collapse, judgment day, and the temporal sublime. Puncta: Journal of Critical Phenomenology, v.4, n.2, p.127-143, 2021.
TRIGG, D. The Memory of Place:a phenomenology of the uncanny. Athens: Ohio University Press, 2012.
TSING, A. L. The Mushroom at the End of The World: On the possibility of life in capitalist ruins. Princeton University Press: Princeton, 2015.
WOLFORD, W. The Plantationocene: A lusotropical contribution to the theory. Annals of the Association of Geography, v.111, n.6, p.1-18, 2021.
Descargas
Publicado
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Carlos Roberto Bernardes de Souza Júnior

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Os artigos desta revista obedecem a licença Creative Commons — Attribution 4.0 International — CC BY 4.0







