Modo de apropriação da natureza e territorialidade camponesa

revisitando e ressignificando o conceito de campesinato

Authors

  • Carlos Eduardo Mazzetto Silva Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13217

Keywords:

appropriation of nature, peasant territoriality, peasantry, agribusiness

Abstract

This article points out the new relevance of the concept of peasantry, departing from the dilemmas introduced to modern societies by the environmental question. It attempts to restore several concepts related to the great contrasts between family and patronal agriculture, establishing the former as a force-concept capable of confronting, by its turn, a new notion that ties the rural patronage together and articulates it closer to corporations of the food and agriculture system: the agribusiness. This notion contains a mode of appropriation of nature (as a commodity) and a territory signification that stays in opposition to the peasant territoriality – a category that allows to rescue the historic-conceptual debate about peasant agriculture and to articulate it to the socio-environmental and to the sustainability questions as they are formulated in the XXI century

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Carlos Eduardo Mazzetto Silva, Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Carlos Eduardo Mazzetto Silva é pesquisador do IGC/UFMG; Bolsista de Pós-doutorado do CNPq; Doutor em Ordenamento Territorial e Ambiental pelo Departamento de Geografia da Universidade Federal Fluminense.

References

ALTIERI, Miguel. Agroecologia: bases científicas para uma agricultura alternativa. Guaíba: Agropecuária, 2002.

ALTVATER, Elmar. O preço da riqueza. São Paulo: Ed. Universidade Estadual Paulista, 1995.

BOSERUP, Éster. Evolução agrária e pressão demográfica. São Paulo: HUCITEC, 1987.

BRANDÃO, Carlos R. Sobre a tradicionalidade rural que há em nós. In: OLIVEIRA, Ariovaldo U.; MARQUES, Marta I. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004. p. 121-131.

BRANDENBURG, Alfio. Colonos: subserviência e autonomia. In: BRANDENBURG, Alfio; FERREIRA, Ângela D. D. Para pensar outra agricultura. Curitiba: Ed. UFPR, 1998. p. 71-102.

CARVALHO, Horácio M. O campesinato no século XXI: possibilidades e condicionantes do desenvolvimento do campesinato no Brasil. Petrópolis: Vozes, 2005.

CHAYANOV, Alexander V. Sobre a teoria dos sistemas econômicos não capitalistas. In: SILVA, J. Graziano; STOLKE, V. (Org.). A questão agrária. São Paulo: Brasiliense, 1981. p. 133-166.

CHONCHOL, Jacques. Paysans a venir: les societés rurales du Tiers Monde. Paris: La Deconvert, 1986.

COSTA, Francisco A. Racionalidade camponesa e sustentabilidade: elementos teóricos para uma pesquisa sobre a agricultura familiar na Amazônia. Cadernos do NAEA, Belém, n. 12, p. 5-48, nov. 1994.

ESCOBAR, Arturo. La invención del Tercer Mundo: construcción e deconstrucción del desarrollo. Bogotá: Grupo Editorial Norma, 1996.

FAO/INCRA – FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION/ INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA. Agricultura familiar no Brasil: uma análise a partir do Censo agropecuário de 1995/96. Brasília, jan. 2000. (Projeto de Cooperação INCRA/ FAO).

FÓRUM das ONGs brasileiras abandona consulta do Banco Mundial. Boletim Eletrônico da Fundação CEBRAC – Centro Brasileiro de Referência e Apoio Cultural, Brasília, 28 set. 2004. Disponível em: . Acesso em: 2 out. 2004.

GEHLEN, Ivaldo. Agricultura familiar de subsistência e comercial: identidade cabocla e inclusão social. In: BRANDENBURG, Alfio; FERREIRA, Ângela D. D. Para pensar outra agricultura. Curitiba: Ed. UFPR, 1998. p. 51-70.

GLIESSMAN, Stephen R. Agroecologia: processos ecológicos em agricultura sustentável. 2. ed. Porto Alegre: Ed. UFRGS, 2001.

GUZMÁN, E. Sevilla. Sobre el campesinado, la globalización de la economía y el desarrollo rural. Córdoba: Instituto de Sociología y Estudios Campesinos, Escuela Técnica Superior de Ingenieros Agrónomos y Montes, Universidad de Córdoba, 2000. Mimeografado.

HAESBAERT, Rogério. Concepções de território para entender a desterritorialização. In: TERRITÓRIO territórios. Niterói: Programa de Pós-graduação em Geografia/UFF; AGB, 2002a. p. 17-38.

HAESBAERT, Rogério. Des-territorialização e identidade: a rede “gaúcha” no Nordeste. Niterói: EDUFF, 1997.

HAESBAERT, Rogério. Territórios alternativos. Niterói: Ed. UFF; São Paulo: Contexto, 2002b. HEYNIG, Flaus. Principales enfoques sobre la economia campesina. Revista do CEPAL, [s.l.], 1982.

LAMARCHE, Hugues. A agricultura familiar: uma introdução geral. Campinas: Ed. Unicamp, 1989.

LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. São Paulo: Cortez, 2001.

LEFF, Enrique. Saber ambiental: sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. México: Siglo Veintiuno Editores, 1998.

LITTLE, Paul E. Territórios sociais e povos tradicionais no Brasil: por uma antropologia da territorialidade. In: REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA, 23., jun. 2002, Gramado/ RS. Natureza e sociedade: desafios epistemológicos e metodológicos para a antropologia. [S.l.: s.n.], 2002. p. 1-37. Mimeografado.

MARQUES, Marta I. M. Lugar do modo de vida tradicional. In: OLIVEIRA, Ariovaldo U.; MARQUES, Marta I. M. (Org.). O campo no século XXI: território de vida, de luta e de construção da justiça social. São Paulo: Casa Amarela; Paz e Terra, 2004. p. 145-158.

MARTINS, José de Souza. Terra de negócio e terra de trabalho. In: MARTINS, José de Souza. Expropriação e violência: a questão política no campo. São Paulo: HUCITEC, 1991. p. 43-60.

MENDRAS, Henri. Sociedades camponesas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MIGNOLO, Walter D. Histórias locais / projetos globais: colonialidade, saberes subalternos e pensamento liminar. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2003.

MOURA, Margarida M. Camponeses. São Paulo: Ática, 1986.

PETERSEN, P. Diagnóstico ambiental rápido e participativo: levantando informações e mobilizando a comunidade para um manejo sustentável das terras. In: ASPTA – ASSESSORIA E SERVIÇOS A PROJETOS EM AGRICULTURA ALTERNATIVA. Alternativas: cadernos de agroecologia. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1996. p. 22-28.

REDFIELD. The folk culture of Yucatan. Chicago: The University of Chicago Press, 1941.

REIS, Daniel B.; SILVA, Valdir J. Cultura e campesinidade: um novo paradigma de sustentabilidade do turismo no meio rural. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE TURISMO, 24., maio 2004, Balneário Camboriú/SC. Anais... [S.l.: s.n.], 2004. p. 1-15. Mimeografado.

SANTOS, Boaventura de S. A crítica da razão indolente: contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2005.

SANTOS, Milton. Território e dinheiro. In: TERRITÓRIO territórios. Niterói: Programa de Pós-graduação em Geografia/UFF; AGB, 2002. p. 9-15.

SILVA, Carlos A. Franco da. Corporação e rede na fronteira agrícola capitalista. In: TERRITÓRIO territórios. Niterói: Programa de Pós-graduação em Geografia/UFF; AGB, 2002. p. 177-196.

SILVA, Carlos E. Mazzetto. Crise ambiental e os paradigmas da modernidade. In: FÓRUM NACIONAL DO MEIO AMBIENTE; SEMANA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, 10., 2003, Santa Rosa/ RS. Sustentabilidade: compromisso com a vida. Ijuí: Ed. Unijuí, 2003. p. 15-20.

SILVA, Carlos E. Mazzetto. Lugar-habitat e lugar-mercadoria: territorialidades em tensão no domínio do cerrado. In: ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens; PEREIRA, Doralice (Org.). A insustentável leveza da política ambiental: desenvolvimento e conflitos socioambientais. Belo Horizonte: Autêntica, 2005. p. 217-244.

TOLEDO, Vitor M. La apropiación campesina de la naturaleza: un analisis etnoecologico. [S.l.: s.n.], 1996. Mimeografado.

WANDERLEY, Maria de Nazareth B. Raízes históricas do campesinato brasileiro. In: ENCONTRO ANUAL DA ANPOCS, 20., out. 1996, Caxambu/MG. Processos sociais agrários. [S.l.: s.n.], 1996. p. 1-17. Mimeografado.

WOLF, Eric R. Sociedades camponesas. Rio de Janeiro: Zahar, 1976.

WOORTMANN, Klass. Com parente não se neguceia: o campesinato como ordem moral. Brasília: Ed. UNB, 1990. (Anuário Antropológico, n. 87).

Published

2007-07-01

How to Cite

Silva, C. E. M. (2007). Modo de apropriação da natureza e territorialidade camponesa: revisitando e ressignificando o conceito de campesinato. Revista Geografias, 3(1), 46–63. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13217

Issue

Section

Artigos