Imigração haitiana no estado de Santa Catarina

fases do fluxo e contradições da inserção laboral

Autores

  • Luís Felipe Aires Magalhães
  • Rosana Baeninger

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X..13450

Resumo

O Haiti é um país caracterizado por intensa tradição emigrante. Desde o final do século XIX, países como República Dominicana, Cuba, Canadá, França e Estados Unidos, constituíram-se como destinos históricos. Com a crise capitalista de 2008, o acirramento de seletividades migratórias nestes destinos e a própria expansão econômica brasileira e sua presença no Haiti, essa emigração passou a se direcionar, após 2010, ao Brasil. Atualmente, estima-se haver mais de 50.000 haitianos residentes no Brasil, com destaque para quatro municípios catarinenses: Chapecó, Itajaí, Joinville e Blumenau. Este artigo objetiva apresentar as fases da inserção laboral desta força de trabalho e suas principais contradições. Parte-se da hipótese de que já podem ser identificadas mudanças neste perfil, bem como uma mobilidade interna desta migração internacional, que nos permitem definir etapas da presença haitiana no Estado. A metodologia contempla utilização de revisão teórica (para a reflexão sobre as origens do fluxo e sua chegada a Santa Catarina), pesquisa em fontes de dados administrativos (do Ministério do Trabalho e Emprego e da Polícia Federal, para a formulação do perfil migrante) e trabalho de campo de natureza qualitativa em Balneário Camboriú e Chapecó (para a verificação das hipóteses levantadas).

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Biografia do Autor

Luís Felipe Aires Magalhães

Pós-Doutorando no Observatório das Metrópoles da PUC – SP; Mestre e Doutor em Demografia - UNICAMP

Rosana Baeninger

Professora IFCH – UNICAMP, pesquisadora (NEPO)/UNICAMP e coordenadora do Observatório das Migrações em São Paulo (FAPESP / CNPq-NEPO / UNICAMP, Mestre em Sociologia e Doutora em Ciências Sociais - UNICAMP.

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Publicado

2017-10-17

Como Citar

Magalhães, L. F. A., & Baeninger, R. (2017). Imigração haitiana no estado de Santa Catarina: fases do fluxo e contradições da inserção laboral. Revista Geografias, 100–111. https://doi.org/10.35699/2237-549X.13450

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