Os estudos geomorfológicos no Brasil

evolução teórica e metodológica

Autores

  • Maria Dione do Nascimento Oliveira Oliveira Departamento de Geografia / PPGEO-UNIMONTES
  • Maria Ivete Soares de Almeida Almeida Departamento de Geografia / PPGEO-UNIMONTES

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X.2019.19886

Palavras-chave:

Institucionalização do ensino de Geografia, Geografia francesa, Pesquisa geomorfológica

Resumo

Este artigo discute o processo de institucionalização do ensino de Geografia nas universidades brasileiras na primeira metade do século XX e sua importância para o desenvolvimento e consolidação da pesquisa geomorfológica nacional. A metodologia adotada constou de revisão bibliográfica. Os estudos geomorfológicos no Brasil surgiram nas primeiras décadas do século XX em consonância com a institucionalização do ensino de Geografia nas universidades. Nesse processo foi determinante a participação de geógrafos franceses como Pierre Monbeig, Pierre Deffontaines e Emanuel de Martonne. Os primeiros trabalhos, realizados sob a perspectiva da teoria do Ciclo Geográfico da Erosão, ainda que apresentassem inconsistências em seu modelo de evolução geomorfológica, contribuiram significativamente para o desenvolvimento de teorias mais condizentes com a realidade tropical do território brasileiro. A difusão da Geografia alemã, principalmente através das ideias de Walter Penk (1924), foi de grande importância da  para a construção de novos modelos interpretativos do relevo. Ressalta-se que a consolidação das bases metodológicas da pesquisa geomorfológica no Brasil ocorreu a partir da década de 1950  com o reconhecimento  da importância dos estudos do clima na modelagem do relevo, o desenvolvimento da Cartografia Geomorfológica e o uso do Sensoriamento Remoto nos estudos do território.

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Publicado

2020-04-01 — Atualizado em 2022-04-15

Versões

Como Citar

Oliveira, M. D. do N. O., & Almeida, M. I. S. de A. (2022). Os estudos geomorfológicos no Brasil: evolução teórica e metodológica. Revista Geografias, 15(2), 30–41. https://doi.org/10.35699/2237-549X.2019.19886 (Original work published 1º de abril de 2020)

Edição

Seção

Artigos