“Vai faz o passinho, vai faz o passinho malado”

Juventude funkeira e sua corporeidade em Belo Horizonte

Autores

  • Crislaine Custódia Rosa UFMG
  • Clarice Cassab Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF

DOI:

https://doi.org/10.35699/2237-549X.2025.54681

Palavras-chave:

corporeidade, Juventude, funk

Resumo

Este estudo investiga a corporeidade de jovens funkeiros no centro de Belo Horizonte, com foco no Passinho Malado, como forma de expressão cultural e territorialização de jovens na cidade mineira. Através de observação participante e entrevistas com jovens praticantes do Passinho Malado, o trabalho analisa como seus movimentos corporais, em diálogo com a música funk, criam uma identidade territorial específica e formas próprias de apropriação da cidade. Os resultados demonstram que o Passinho Malados e configura como uma linguagem corporal que materializa a cultura funk no espaço urbano, gerando pertencimento e reconhecimento entre os jovens. O estudo contribui para a compreensão das dinâmicas culturais juvenis em espaços urbanos, destacando a importância de se reconhecer e valorizar as expressões artísticas periféricas e juvenis como formas legítimas de produção cultural, social e espacial.

Referências

BARBOSA, Jorge Luiz. Considerações sobre a relação cultura, território e identidade. Interculturalidades. Niterói: EDUFF, 2004.

BARBOSA, Jorge Luiz e DA SILVA, Monique Bezerra (org). Culturas de periferia. Rio de Janeiro: Observatório de Favelas, 2018.

CAMPOS, Ricardo Marnoto de Oliveira. Juventude e culturas de rua híbridas. Sociologia & antropologia, v. 10, n. 2, agosto de 2020, p. 587-613.

CASSAB, Clarice. “cidade estranha, sabes que existo?” O jovem como sujeito e a cidade que ensina. In: FAGUNDES, Maria Lidia Bueno et al. (Org.). Geografia das crianças dos jovens e das famílias. 1 ed. Brasília: Editora da UnB, 2021, v. 1, p. 9-321.

DELGADO, Jeferson. Passinho Malado de BH é o novo passinho mineiro. Portal Kondzilla, 16 de Jan. de 2019. Disponível em: https://kondzilla.com/passinho-malado-de-bh-e-o-novo-passinho-mineiro/. Acesso em: 16 de mai. de 2024.

GOMES, Nilma Lino. O Movimento Negro Educador: saberes construídos nas lutas por emancipação. Rio de Janeiro: Vozes, 2017.

HARVEY, David. Espaços de Esperança. Trad. Adail Ubirajara Sobral e Maria Stela Gonçalves São Paulo: Edições Loyola, 2004.

HERSCHMANN, Michael. O funk e o Hip Hop invadem a cena. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2002.

HISSA, Carlos Eduardo V. e NOGUEIRA, Maria Luisa Magalhães. Cidade-corpo. Revista da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, v. 20, n. 1, p. 54–77, 2016.

LOPES, Adriana Carvalho e FACINA, Adriana. Cidade do funk: expressões da diáspora negra nas favelas cariocas. Revista do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, v. 6, p. 193-206, 2010.

LOUSADA, Kath Pacheco B.; TÖPKE, Denise Rugani e SIQUEIRA, Denise da Costa Oliveira Siqueira. Passinho, dança midiatizada: performance, publicidade e produção de sentidos. Conexão comunicação e cultura, v. 16, n. 32, dezembro de 2017, p. 157–72.

MARTINS, Leda Maria. Performances do tempo espiralar: poéticas do corpo-tela. Rio de Janeiro: Cobogó, 2021.

MIZRAHI, Mylene. O funk, a roupa e o corpo: caminhos para uma abordagem antropológica da moda. Cadernos de Arte e Antropologia, v.8, n. 1, 2019.

MOUTINHO, Renan Ribeiro. “Bota o tambor pra tocar/geral no embalo, esse batuque é funk”: processos afrodiaspóricos de organização sonora no funk carioca. 2020. Tese (Doutorado em Música) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://shre.ink/xesL. Acesso em: 25 de maio 2025.

NASCIMENTO, Luna Maria Pacheco do. No território do passinho: Transculturalidade e ressignificação dos corpos que dançam nos espaços periféricos. 2017. Dissertação (Mestrado em Comunicação) – Centro de Artes, Universidade Federal do Espírito Santo, 2017.

PICININI, Cristiane. Ensaio sobre a forma revolucionária da música funk. Revista DIAPHONÍA, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 189–193, 2017. Disponível em: https://e-revista.unioeste.br/index.php/diaphonia/article/view/17212. Acesso em: 25 out. 2021.

PICCOLO, Fernanda D. Os jovens entre o morro e a rua: reflexões a partir do baile funk. In: VELHO, Gilberto (Org.). Rio de Janeiro: cultura, política e conflito. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2007, p. 30-58.

RANGEL, Patrícia L. N. e SILVA, Cristina da Conceição. O legado da cultura negra: samba e funk. Revista Ensaios e Pesquisa em Educação e Cultura, v. 5, p. 68–76, 2018.

ROSA, Crislaine Custódiae CASSAB, Clarice. “Territorialidades do devir” de jovens funkeiros no baixo centro de BH. Revista de Geografia, v. 15, n. 1, 2025.

VELLOSO, Rita de Cássia Lucenna. Apropriação ou urbano-experiência. Revista Vitruvius, fevereiro de 2016. Disponível em: https://vitruvius.com.br/index.php/revistas/read/arquitextos/16.189/5949. Acesso em: 25 de maio de 2025.

Downloads

Publicado

2025-08-11

Edição

Seção

Artigos

Como Citar

“Vai faz o passinho, vai faz o passinho malado”: Juventude funkeira e sua corporeidade em Belo Horizonte. (2025). Revista Geografias, 21(1), 98-118. https://doi.org/10.35699/2237-549X.2025.54681