CRISTALIZAÇÃO E DESNATURALIZAÇÃO DO TOTALITARISMO EM HANNAH ARENDT
A HERMENÊUTICA COMO MÉTODO PARA O PENSAMENTO POLÍTICO
Palavras-chave:
Sentido, Compreensão, Desnaturalização, Cristalização, TotalitarismoResumo
Neste artigo, ressalto como Arendt mobiliza as noções de compreensão e de sentido de um modo original para orientar sua interpretação acerca dos fenômenos políticos. Cabe perceber que os critérios que a autora pensa para a atividade compreensiva se configuram como uma hermenêutica não elaborada, mas que surge como pano de fundo de seu pensamento. O ponto de partida trata da distinção conceitual que ela faz entre verdade e sentido, este último como objetivo constante e sem fim da atividade compreensiva. Em seguida, resgato dos Diários de pensamento de Arendt as noções de cristalização e desnaturalização como perspectivas hermenêuticas baseadas na noção de sentido, as quais se impõem no lugar do critério da causalidade. Por fim, explicito como o totalitarismo pode ser lido na chave de leitura da hermenêutica.
Downloads
Referências
AGUIAR, O. A. “Filosofia, política e ética em Hannah Arendt”. Ijuí: Ed. Unijuí, 2009.
____. “A tipificação do totalitarismo segundo Hannah Arendt”. Doispontos, Curitiba, São Carlos, Vol. 5, Nr. 2, pp. 73-88, Outubro 2008.
AMIEL, A. “Hannah Arendt Política e Acontecimento”. Lisboa: Instituto Piaget, 1997.
ARENDT, H. “Origens do totalitarismo: anti-semitismo, imperialismo, totalitarismo”. Trad. br. R. Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
____. “Philosophy and politics”. Social Research, Vol. 57, Nr. 1, pp. 73-103, Spring 1990.
____. “Hannah Arendt-Martin Heidegger: correspondência 1925/1975”. Org. U. Ludz; Trad. br. M. A. Casanova. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2001.
____. “Essays in understanding: 1934-1954. Formation, Exile and Totalitarianism”. Edited by J. Kohn. New York: Schocken Books, 2005.
____. “Diario filosófico: 1950-1973 – Volumen I”. Editado por U. Ludz e I. Nordmann. Trad. R. Gabás. Barcelona: Herder Editorial, 2006.
____. “Compreender: Formação, exílio e totalitarismo”. Trad. Br. D. Bottmann. São Paulo: Companhia das Letras; Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2008.
____. “A condição humana”. Trad. Br. R. Raposo, revisão técnica: A. Correia. 11ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010a.
____. “A vida do espírito: o pensar, o querer, o julgar”. Trad. br.: C. A. R. de Almeida, A. Abranches e H. F. Martins. 2ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010b.
____. “Pensar sem corrimão: compreender 1953-1975”. Trad. Br.: B. Andreiuolo et al. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2021.
BIRULÉS, F. “Una herencia sin testamento: Hannah Arendt”. Barcelona: Herder, 2007.
BORREN, M. “Amor Mundi: Hannah Arendt’s political phenomenology of world”. Amsterdam: F & N Eigen Beheer, 2009.
CORREIA, A. et al. “Dicionário Hannah Arendt”. São Paulo: Edições 70, 2022.
DI PEGO, A. “La comprensión como perspectiva metodológica en Hannah Arendt”. Andamios, Vol. 13, Nr. 31, pp. 61-83, mayo-agosto 2016.
DILTHEY, W. “Introdução às ciências humanas: tentativa de uma fundamentação para o estudo da sociedade e da história”. Trad. br. M. A. Casanova. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
ECCEL, D. “Debate sobre o totalitarismo: a troca de correspondência entre Hannah Arendt e Eric Voegelin”. Lua Nova, São Paulo, 101, pp. 141-174, 2017. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0102-141174/101.
GADAMER, H.-G. “Verdade e Método I: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica”. Trad. Br. F. P. Meurer. 15. ed. Petrópolis-RJ: Vozes; Bragança Paulista: Editora Universitária São Francisco, 2015.
HEIDEGGER, M. “Ser e Tempo”. Trad. br. F. Castilho. Ed. Bilíngue (Alemão e Português). Campinas: Editora da Unicamp; Petrópolis: Vozes, 2012.
HINCHMAN, L. P.; HINCHMAN, S. K. “Existencialism politicized: Arendt’s debt to Jaspers”. In: Hannah Arendt: Critical Assessments of Leading Political Philosophers – Volume IV – Arendt and Philosophy. New York: Routledge, 2006b. pp. 58-86.
NOVAES, A. “Compreensão”. In: CORREIA, A. et al. Dicionário Hannah Arendt. São Paulo: Edições 70, 2022.
NOVÁK, J. “Understanding and Judging History: Hannah Arendt and Philosophical Hermeneutics”. Meta: Research in Hermeneutics, Phenomenology, And Practical Philosophy. Vol. II, Nr. 2, pp. 481-502, 2010.
PAREKH, B. “Hannah Arendt & the search for a New Political Philosophy”. London: The Macmillan Press LTD, 1981.
PEREIRA, G. A. E. “Verdade e política na obra de Hannah Arendt”. Curitiba: Appris, 2019.
VARSTELING, V. “Political Hermeneutics: Hannah Arendt’s Contribution to Hermeneutic Philosophy”. In: WIERCINSKI, A. (org.). Gadamer’s Hermeneutics and the Art of Conversation. Berlin: Lit Verlag, 2011. pp. 571-582.
____. “Hermenêutica política: a contribuição de Hannah Arendt à hermenêutica filosófica”. Argumentos – Revista de Filosofia/UFC, Fortaleza, Ano 12, Nr. 24, julho/dezembro 2020. Doi: https://doi.org/10.36517/Argumentos.24.15.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Kriterion
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.