ENTRE A CERTEZA E A DÚVIDA
DESCARTES E O CETICISMO DE SEGUNDO GRAU
Palavras-chave:
Certeza, Verdade, Ceticismo, René DescartesResumo
Este trabalho busca argumentar que a filosofia cartesiana é
circunscrita invariavelmente pelos limites da razão humana. Para tanto, serão expostos trechos notáveis do corpus cartesiano a respeito da certeza, indicando que, em diferentes momentos de sua filosofia, é sempre possível distinguir que Descartes restringe o escopo de sua doutrina às capacidades do intelecto humano. Posteriormente, será necessário avaliar duas passagens cartesianas em que Richard Popkin se apoia para acusar Descartes de sustentar uma filosofia cética. Por fim, é defendido que essas passagens estão de acordo com o pensamento cartesiano e que, de modo algum, demonstram que o resultado do sistema construído por Descartes é um fracasso diante dos seus objetivos. Em conclusão, baseado na própria nomenclatura oferecida por Popkin, é estabelecido que Descartes sustenta um ceticismo de segundo grau, que é perene em sua filosofia e, como consequência, é evidenciado que Descartes não é um cético malgré lui como Popkin o acusa.
Downloads
Referências
ALQUIÉ, F. “Leçons sur Descartes. Science et métaphysique chez Descartes”. Paris: La Table Ronde, 2005.
BAILLET, A. “La Vie de Descartes”. 2 Vols. Paris: D. Horthemels, 1691.
DESCARTES, R. “OEuvres”. Ed. Ch. Adam e P. Tannery, 12 Vols. Paris: J. Vrin, 1897-1913.
______. “Discurso do método; Meditações; Objeções e respostas; As paixões da
alma; Cartas”. Trad. J. Guinsburg e Bento Prado Junior. São Paulo: Abril Cultural (Os pensadores), 1983.
______. “Regras para a Direção do Espírito”. Trad. Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 2002.
______. (1641). “Meditações sobre Filosofia Primeira”. Trad. Fausto Castilho. Campinas: Editora da Unicamp, 2004.
GAUKROGER, S. “Descartes: uma biografia intelectual”. Trad. Vera Ribeiro. Rio de Janeiro: EdUERJ: Contraponto, 1999.
GOUHIER, H. “Les Premières Pensées de Descartes: contribution à l’histoire de l’antirenaissance”. Paris: J. Vrin, 1958.
GUÉROULT, M. “Descartes selon l’ordre des raisons: l’âme et Dieu”. Albier Montaigne, 1953.
HALLYN, F. (ed.). “Les “Olympiques” de Descartes”. Geneve: Droz, 1995.
HUET, P-D. “Censura philosophiae Cartesianae”. Paris: D. Horthemels, 1689.
KAMBOUCHNER, D. “Geneviève Rodis-Lewis et la sagesse cartésienne”, Revue Philosophique de la France et de l’Étranger, 132/3, 2007, pp. 357- 372. Disponível em: https://www.cairn.info/revue-philosophique-2007-3-page-357.htm (Acessado em
de fevereiro de 2023).
LANDIM FILHO, R. “Evidência e verdade no sistema cartesiano”. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
LENNON, T. “The Plain Truth: Descartes, Huet, and Skepticism”. Leiden: Brill, 2008.
MARCONDES, D. “Raízes da dúvida: Ceticismo e Filosofia Moderna”. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2019.
PERETTI, F-X. “Descartes sceptique malgré lui?”, International Journal for the Study of Skepticism, 2020, pp. 1-16. Disponível em: https://brill.com/downloadpdf/journals/skep/aop/article-10.1163-22105700-BJA10016/article-10.1163-22105700-BJA10016.
xml (Acessado em 06 de fevereiro de 2023).
POPKIN, R. “New views on the role of skepticism in the Enlightenment”; Modern Language Quaterly, 53/3, 1992, pp. 279-297.
______. “The History of Scepticism: From Savonarola to Bayle”. Nova York: Oxford University Press, 2003. Kotter Editorial, 2016.
RODIS-LEWIS, G. “Descartes: uma biografia”. Trad. Joana d’Ávila de Melo. Rio de Janeiro: Record, 1996.
______. “Les aspects religieux des Olympica”; In: F. Hallyn (ed.), 1995, pp. 127-140.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Revista Kriterion

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.