CORPO E CAPITAL EM MARX

A NATUREZA HUMANA CORPÓREA NOS MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS DE 1844

Autores

Palavras-chave:

Marx, Corpo, Capital

Resumo

O presente artigo trilhará um caminho que pretende ir além
das interpretações bifurcatórias entre essencialismo a-histórico e relativismo
historicista no que diz respeito à elaboração teórica de “natureza humana”
pelo jovem Marx, analisando-a a partir da concepção de corpo como unidade
dialética entre natureza e história conforme aparece em seus Manuscritos de
1844. Afinal, por que Marx se direciona a uma elaboração teórica da produção
da corporalidade humana enquanto faz a crítica do trabalho sob o capital nestes
Manuscritos que representam, em sua trajetória, o início de seus estudos sobre
economia política e a inauguração de seu materialismo dialético? A partir
de uma análise dos cadernos que compõem estes Manuscritos, buscaremos
demonstrar que há neles uma teorização do corpo que tanto envolve aspectos
transhistóricos – a ligação vital com o “corpo inorgânico” que é a terra –quanto históricos na forma de mediação dessa relação e que tal teorização tem
como valor metodológico o fornecimento de premissas histórico-materialistas
como contraponto às premissas a-históricas da economia política bem como a
inversão da dialética hegeliana sob o ponto de partida do “humano corpóreo”,
possibilitando um ponto de vista a partir do qual podemos vir a superar um
modo de mediação “patológico”.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALTHUSSER, L. “A Querela do Humanismo”. São Paulo: Crítica Marxista, Nr. 9, 1999. ______. “Pour Marx”. Paris: François Maspero, 1965.

ALVES, W. F. “Retorno sobre uma antiga questão: Karl Marx e o estatuto dos Manuscritos econômico-filosóficos”. Revista Brasileira de Educação, Vol. 26, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/94P8nGb6ppnyCR4GdpvX99P/ (Acessado em 08 de

Junho de 2023).

BAHR, H. D. “Die Klassenstruktur der Maschinerie: Anmerkungen zur Wertform”. In: R. Vahrenkamp (org.). Technologie und Kapital. Frankfurt, 1973. pp. 39-72.

BYRON, C. “Essence and Alienation: Marx’s Theory of Human Nature”. Science & Society, Vol. 80, Nr. 3, July 2016, pp. 375-394. Disponível em: https://philarchive.org/archive/BYREAA-2 (Acessado em 04 de Dezembro de 2022).

FOSTER, J. B. “A Ecologia de Marx: Materialismo e Natureza”. Trad. M. T. Machado.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.

______. “The Return of the Dialectics of Nature: The Struggle for Freedom as Necessity”. Monthly Reviewan Independent Socialist Magazine, 2022. Disponível em: https://

monthlyreview.org/2022/12/01/the-return-of-the-dialectics-of-nature/ (Acessado em

de Março de 2023).

FOSTER, J. B.; CLARK, B. “Marxismo e a Dialética da Ecologia”. Crítica Marxista, São Paulo, Nr. 50, 2020, pp. 171-191.

FOUCAULT, M. “Body/Power”. In: Gordon, C. (ed.) Power/Knowledge: Selected Interviews and Other Writings 1972-1977. New York: Vintage Books, 1980. pp. 55-62.

FRACCHIA, J. “Beyond the Human-Nature Debate: Human Corporeal Organisation as the ‘First Fact’ of Historical Materialism”. Historical Materialism, Vol. 13:1, 2005, pp. 33-61. Disponível em: https://brill.com/view/journals/hima/13/1/article-p33_2.xml (Acessado em 03 de Dezembro de 2022).

______. “From the First Corporeal Fact of Human Being to the Moments of History: Corporeality, Modes of Objectification and Ways of Worldmaking”. In: J. Fracchia. Bodies and Artefacts: Historical Materialism as Corporeal Semiotics (Vol. 2), Brill, 2021, pp. 93-145.

GRESPAN, J. “Marx: crítico da teoria clássica do valor”. Crítica Marxista, São Paulo, Nr. 12, 2001, pp. 59-76.

MANDEL, E. “A Formação do Pensamento Econômico de Karl Marx: de 1843 até a redação de ‘O Capital’”. Rio de Janeiro: Zahar, 1968.

MARKUS, G. “Teoria do Conhecimento no Jovem Marx”. Trad. C. N. Coutinho. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

MARX, K. “Grundrisse”. Trad. M. Duayer e N. Schneider. São Paulo: Boitempo, 2011.

______. “Manuscritos Econômico-Filosóficos”. Trad. J. Raniere. São Paulo: Boitempo, 2010.

______. “O Capital”, Livro 1. Trad. R. Enderle. São Paulo: Boitempo, 2017.

MARX, K.; ENGELS, F. “A Ideologia Alemã”. Trad. R. Enderle, N. Schneider e L. C. Martorano. São Paulo: Boitempo, 2007.

______. “Collected Works” (1843-1844), Vol. 3. Lawrence & Wishart Electric Book, 2010.

______. “Collected Works” (1845-47), Vol. 5, Lawrence & Wishart Electric Book, 2010.

______. “Ökonomisch-philosophische Manuskripte”. MEGA, I/2, Dietz Verlag, Berlim,1982.

MAU, S. “The Body”. In: B. Skeggs; R. Farris; A. Toscano; S. Bromberg. The Sage Handbook of Marxism. London: SAGE Publications Ltd, 2022. Vol. 3.

MÉSZÁROS, I. “Marx: A Teoria da Alienação”. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.

MUSTO, M. “Repensar Marx e os Marxismos”. São Paulo: Boitempo, 2022.

NETTO, J. P. “Karl Marx: Uma Biografia”. São Paulo: Boitempo, 2020.

SAITO, K. “Marx’s ecological notebooks”. Monthly Review, Vol. 67, Nr. 9, 2016. Disponível em: https://monthlyreview.org/2016/02/01/marxs-ecological-notebooks/(Acessado em 03 de março de 2023)

______. “O Ecossocialismo de Karl Marx: Capitalismo, natureza e crítica inacabada à economia política”. Trad. P. Davoglio. 1ª Ed. São Paulo: Boitempo, 2021.

SCARREY, E. “The Body in Pain”. New York and Oxford, Oxford University Press, 1985.

SÈVE, L. “Aliénation et emancipation”. Paris: La Dispute, 2012.

______. “Penser avex Marx aujourd’hui. L’homme?”, Tomo II. Paris: La Dispute, 2008.

SMITH, A. “A Riqueza das Nações”. Vol. 1. São Paulo: Nova Cultural, 1996.

TABAK, M. “Dialectics of Human Nature in Marx’s Philosophy”. New York and London: Palgrave Macmillan, 2012.

URANOVSKY. “Marxism and Natural Sciences”. In: N. I. Bukharin et al. Marxism and Modern Thought. George Routledge & Sons, 1935. Disponível em: https://www.marxists.org/subject/science/essays/science.htm (Acessado em 03 de Março de 2023).

XIMENES, O. A. A. “Dois laboratórios de Karl Marx: a ‘Ideologia alemã’ e os ‘Grundrisse’”. (Tese), Campinas: IFCH- Unicamp, 2022.

Downloads

Publicado

25-09-2024

Como Citar

FONTES, M. dos S. CORPO E CAPITAL EM MARX: A NATUREZA HUMANA CORPÓREA NOS MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS DE 1844. Revista Kriterion, [S. l.], v. 65, n. 157, p. e–42169, 2024. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/42169. Acesso em: 27 set. 2024.

Edição

Seção

Artigos