CORPO E CAPITAL EM MARX
A NATUREZA HUMANA CORPÓREA NOS MANUSCRITOS ECONÔMICO-FILOSÓFICOS DE 1844
Palavras-chave:
Marx, Corpo, CapitalResumo
O presente artigo trilhará um caminho que pretende ir além
das interpretações bifurcatórias entre essencialismo a-histórico e relativismo
historicista no que diz respeito à elaboração teórica de “natureza humana”
pelo jovem Marx, analisando-a a partir da concepção de corpo como unidade
dialética entre natureza e história conforme aparece em seus Manuscritos de
1844. Afinal, por que Marx se direciona a uma elaboração teórica da produção
da corporalidade humana enquanto faz a crítica do trabalho sob o capital nestes
Manuscritos que representam, em sua trajetória, o início de seus estudos sobre
economia política e a inauguração de seu materialismo dialético? A partir
de uma análise dos cadernos que compõem estes Manuscritos, buscaremos
demonstrar que há neles uma teorização do corpo que tanto envolve aspectos
transhistóricos – a ligação vital com o “corpo inorgânico” que é a terra –quanto históricos na forma de mediação dessa relação e que tal teorização tem
como valor metodológico o fornecimento de premissas histórico-materialistas
como contraponto às premissas a-históricas da economia política bem como a
inversão da dialética hegeliana sob o ponto de partida do “humano corpóreo”,
possibilitando um ponto de vista a partir do qual podemos vir a superar um
modo de mediação “patológico”.
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