AUCTORITAS, DECOR E RATIOMEDIOCRITATIS
A ARQUITETURAE O RECONHECIMENTO PÚBLICOEM VITRÚVIO E ALBERTI
Palavras-chave:
decor, auctoritas, concinnitas, razão média (ratio mediocritatis), Vitrúvio, Leon Battista AlbertiResumo
No século XV, pontífices, senhores seculares e homens de poder italianos, imbuídos do desejo de restaurar a dignidade que outrora caracterizou a antiga Roma, identificavam as artes elevadas como instrumentos de legitimação política. No entanto contavam com disposição territorial e financeira tanto mais estreita que aquela de pregressos impérios. Nesse contexto, Leon Battista Alberti, vislumbrando incitar investimentos edilícios e profícuas relações de mecenato a arquitetos identifica em valores antigos a chave para essa complexa questão: a valoração da arquitetura enquanto arte maior. Em seu De Re Ædifcatoria o humanista prescreve o valor excelso da arte fundado na concinnitas, que perpassa a ratio mediocritatis e cinge os preceitos vitruvianos decor e symmetria descritos no De Architectura. Assim, esse artigo propõe compreender como o tratadista antigo e o humanista, cada um a seu modo, demonstram que o valor excelso da arte alcançado pela solércia de engenho guiada pela reflexão doutrinal ultrapassa a preciosidade vulgar de investimentos suntuosos. Assim, conferindo auctoritas a obras que fizessem presente dignitas e honestas no reconhecimento visual da imagem do bom governo, mesmo com investimentos parcimoniosos.
Referências
ALBERTI, L. B. “L’Architettura [De Re Ædificatoria]”. Testo latino e traduzione a cura di Giovanni Orlandi. Introduzione e note di Paolo Portoghesi. Milano: Il Polifilo, 1989.
________. “Lettera autografa di Leon Battista Alberti”, 1470. Archivio Gonzaga, Museo Diffuso Urbano, Mantova [online]. (Disponível em: https://artsandculture. google.com/asset/lettera-autografa-di-leon-battista-alberti/0AEri1YB7weNOw?hl=it– último acesso em 08/out/2023).
ARISTOTLE. “Nicomachean Ethics [Ethica Nicomachea]” e “On the Soul [De Anima]. Metaphysics [Metaphysica] In: “The Complete Works of Aristotle”. The revised Oxford translation, Edited by Jonathan Barnes. Princeton: Princeton University Press, v.1 e 2, 1995.
CALLEBAT, L. “La notion d’avctoritas dans le de Architectvra de Vitruve”. Voces, n.14, 2003. pp.113-120.CAYE, P. “Alberti «traducteur» du De architectura de Vitruve”. In: Commenter et philosopher à la Renaissance: Tradition universitaire, tradition humaniste. Villeneuve d’Ascq: Presses universitaires du Septentrion, 2014. pp.179-288.
________. “«Architectura est scientia…»“. Le Visiteur. Société française des architectes (S.F.A.), n. 26, 2021/1. pp. 15-21.
CICERÓN. “El Orador [Orator]”. Ed. Sánchez Salor, Madrid: Alianza Editorial, 1997.
CICERONE. “I Doveri [De Officiis]”. Testo latino a fronte, con um saggio introduttivo di Emanuele Narducci. Milano: Biblioteca Universale Rizzoli, 2001.
CORSO, A. “Note – Libro III”. In: Vitruvio. De Architettura. A cura di Pierre Gros.Trad. e commento di Antonio Corso e Elisa Romano. v.1. Torino: Giulio Einaudi, 1997. pp.264-350.
D’AGOSTINO, M. H. S. “A Beleza e o Mármore: O Tratado De Architectura de Vitrúvio e o Renascimento”. São Paulo: Annablume, 2010.
FERRI, S. “Note”. In: Vitruvio. “Architetture [De Architectura] dai libri I-VII”. Introduzione di S. Maggi, testo critico, traduzione e comento di Silvio Ferri. Testo
latino a fronte. 4ª ed. Milano: Biblioteca Universale Rizzoli, 2008.
GEERTMAN, H. “Teoria e attualità della progettistica architettonica di Vitruvio”. In: Le Project de Vitruve. Object, destinataries et réception du De Architectura. A cura di Pierre Gros. Roma, 1994. pp.7-30.
GROS, P. “Vitruvio e il suo tempo”. In: Vitruvio. De Architettura. A cura di Pierre Gros.
Trad. e commento di Antonio Corso e Elisa Romano. v.1. Torino: Giulio Einaudi,1997.
pp.IX-LXXVII.
________. “La géométrie platonicienne de la notice vitruvienne sur l’homme parfait (De Architectura, III, 1, 2-3)”. Annali di Architettura. Rivista del Centro internazionale di Studi di Architettura Andrea Palladio di Vicenza, 13, 2001. pp.15-24.
________. “L’auctoritas chez Vitruve. Contribution à l’étude de la sémantique des ordres dans le De Architectura”. In: AA.VV. Munus non ingratum. Proccedings of the International Symposium on Vitruvius De Architectura and the Helenistic and Republican Architecture, Ed. by H. Geertman & J.J. d Jong. Leiden. 1989. pp. 263-270.
KICKHOFEL, E. H. P. “Aristóteles, Alberti e a ciência do pintor”. O Que nos Faz Pensar (PUCRJ). Vol. 27, 2010. pp.164-183.
LIMA, C. A. B. “Ratio venustatis: razões da beleza nos livros I e III do De Architectura de Vitrúvio”. Dissertação-Mestrado. História e Fundamentos da Arquitetura e Urbanismo-FAUUSP. 2015.
LOEWEN, A.B. “Lux Pulchritudinis: Sobre beleza e ornamento em Leon Battista Alberti”, São Paulo: Annablume, 2012.
MANENTI, L. “Auctoritas & fama: reflexões sobre o reconhecimento do arquiteto na sociedade antiga a partir do texto vitruviano”. Revista Pos FAUUSP, São Paulo, Vol. 30, Nr. 57, e203179, 2023. pp.1-11.
MASTERSON, M. “Status, Pay, and Pleasure in the De Architectura of Vitruvius”. American Journal of Philology, Vol. 125, Nr. 3, 2004, pp. 387-416.ONIANS, J. B. “Alberti and ΦΙΛΑΡΕΤΗ: a study in their sources”. Journal of the
Warburg and Courtauld Institutes, Vol. 34, 1971, pp. 96-114.
PEDRO, A. P. G. “A Ideia de Ordem: Symmetria e decor nos tratados de Filarete, Francesco di Giorgio e Cesare Cesariano”, São Paulo: Edusp, 2014.
PLATONE. “Timeo [Timæus]”; “Ipia Maggiore [Hippias maior]”; “Politico [Politicus]” e “Filebo [Philebus]” Repubblica. In: “Le Opere”. A cura di Enrico V. Maltesei. Edizioni integrali com texto greco a fronte. Roma: Newton Campton Editori, Vol. 1 a 5, 2005.
PORTOGHESI, P. “Note”. In: Leon Battista Alberti. L’Architettura [De re Ædificatoria]. Testo latino e traduzione a cura di Giovanni Orlandi. Introduzione e note di Paolo Portoghesi. Milano: Il Polifilo, 1989.
SCRANTON, R. L. “Vitruvius’ arts of architecture”. Hisperia. Vol. 43, Nr. 4, 1974, pp. 494-499.
SMITH, C. “Architecture in the Culture of Early Humanism: Ethics, Aesthetics, and Eloquence 1400-1470”. New York/Oxford: Oxford University Press, 1992.
TAVERNOR, R. W. “Concinnitas in the Architectural Theory and Practice of Leon Battista Alberti”. Phd. Dissertation. St. John’s College, University of Cambridge, 1985.
THOENES, C. “L’incarico imposto dall’economia. Appunti su committenza ed economia dai trattati d’architettura”. In: Arte, committenza ed economia a Roma e nelle corti delRinascimento 142-1530. A cura di Arnold Esch e Christoph Luitpold Frommel. Torino: Giulio Einaudi Editore, 1995. pp.51-66.
VITORINO, J. C. “Sobre a história do texto de Vitrúvio”. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, Vol. 11, Nr. 12, 2004, pp. 33-50.
VITRUVE. “De l’architeture [De Architectura]”. Coord. Pierre Gros. Association Guillaume Budé. Paris: Les Belles Lettres [Trad. Ph. Fleury (Livre I, 1990), P. Gros (Livre III, 1990)].
VITRUVIO. “De Architettura [De Architectura]”. A cura di Pierre Gros. Trad. e commento di Antonio Corso e Elisa Romano. Volume primo. Torino: Giulio Einaudi,1997.
VITRÚVIO. “Tratado de Arquitectura [De Architectura]”. Tradução do Latim, introdução e notas por M. Justino Maciel. Lisboa: IST Press, 2006.
WARNKE, M. “O Artista da Corte. Os antecedentes dos Artistas Modernos”. Tradução de M. C. Cescato. São Paulo: Edusp, 2001.
WARREN, H. L. “Ilustrations”. In: Vitruvius. “The Ten Books on Architecture”. Translated by M. H. Morgan. Cambridge: Harvard University Press, 1914.
WELCH, E. S. “Art and Authority in Renaissance Milan”. London: Yale University Press, 1995.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Revista Kriterion

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.






