VEJO, ENTENDO, AJO: UM SILOGISMO TENAZ NA COMUNICAÇÃO ESTÉTICA

Autores

  • Stéphane Huchet Universidade Federal de Minas Gerais

Palavras-chave:

arte, gozo, (re)ação, Jauss, Rancière, Agamben

Resumo

O fato de a arte ter sido e ser ainda vinculada a uma ideia moral consolida a crença histórica na sua capacidade de determinar (re)ações a partir das proposições que ela destina ao público. A arte, sobretudo na fase moderna e contemporânea, possuiria a força singular de afetar o espectador segundo um mecanismo de “gozo” que garantiria como, ao ver, eu entenderia naquilo que olho uma motivação a agir no mundo para responder a uma injunção moral presente na obra. Para pensar essa crença, que interessa, em primeira instância, a compreensão do trabalho de muitos artistas, Hans-Robert Jauss providencia argumentos decisivos. As análises de Giorgio Agamben sobre a função da “liturgia” antiga revelam-se fundamentais, também, para cernir ainda mais intensamente o que está em jogo nessa crença na possibilidade de as obras terem um efeito moral mobilizador sobre aqueles que as recebem. Todavia, cabe a Jacques Rancière questionar se o gozo estético proporcionado por essa liturgia dispara verdadeiramente no espectador uma motivação a agir.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, G. “Opus Dei. Arqueologia do ofício”. Homo Sacer II, 5. São Paulo: Boitempo editorial, 2013.

______. “Opus Dei. Archéologie de l’office”. Homo Sacer II, 5. Paris: éditions du Seuil. 2012.

ARENDT, H. (1972). “Entre o passado e o futuro”. São Paulo: Perspectiva, 1997.

JAUSS, H. R. “Kleine Apologie der ästhetischen Erfahrung”. Constanz : Verlangsanstalt, 1972. “Petite apologie de l’expérience esthétique”, tradução para o francês de Claude Maillard, Paris : Éditions Allia, 2007.

POULOT, D. “Une histoire des musées de France. XVIIIè-XXè siècle”. 2a. ed. Paris: La Découverte/Poche, 2008.

RANCIÈRE, J. (2008). “O espectador emancipado”. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2012.

SCHAEFFER, J.-M. “Adieu à l’esthétique”. Paris : PUF, Les essais du Collège International de Philosophie, 2000.

SETTIS, S. “Futuro del ‘classico”. Torino: Giulio Einaudi Editore. 2004. “Le futur du classique”, tradução para o francês de Jean-Luc Defromont, Paris: Éditions Liana Levi, 2005.

Downloads

Publicado

09-06-2021

Como Citar

HUCHET, S. VEJO, ENTENDO, AJO: UM SILOGISMO TENAZ NA COMUNICAÇÃO ESTÉTICA. Revista Kriterion, [S. l.], v. 62, n. 148, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/34501. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos