DEUS

NÃO É O QUE VOCÊ PENSA

Autores/as

Palabras clave:

experiência religiosa, epistemologia da religião, intuição, sentimento

Resumen

Os textos sagrados das mais diversas tradições religiosas e os relatos de santos e místicos dessas mesmas tradições apresentam o domínio espiritual de modo paradoxal e misterioso, seguidamente incompreensível. Esses textos contrastam fortemente com o discurso filosófico e teológico sobre esses mesmos assuntos, que procurou descrever de modo claro e bem definido o que naqueles textos é dito de modo ambíguo, metafórico e indireto. Este artigo desenvolve um argumento originalmente formulado por William James, segundo o qual o fundamento das crenças religiosas são as experiências religiosas e não as teorias filosóficas ou teológicas. Argumentamos que uma epistemologia da religião baseada naquelas experiências não pode meramente imitar uma epistemologia de objetos comuns (os objetos físicos, por exemplo), mas precisa incorporar intuições e sentimentos como fontes de conhecimento ao lado das fontes mais tradicionais. 

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ALSTON, W. “Percebendo Deus: a experiência religiosa justificada”. Natal: Carisma, 2020.

ALVARADO, C. S. “‘Report of the Committee on Mediumistic Phenomena’, by William James (1886): With an introduction by”, History of Psychiatry 27.1, 2016, pp. 85-100. doi:10.1177/0957154X15623221.

AQUINO, T. de. “Suma teológica”. 9 Vols. São Paulo: Loyola, 2018.

ARANTES, J. T. “Amor e teofania”. In: Mawlana Jalal al-Din Rumi, Poemas místicos. São Paulo: Attar, 2020.

AUGUSTINE. Sermon LXVII [CXVII Ben.]. In: P. Schaff (ed.), Nicene and post-Nicene fathers. Series I, Vol. 6. Grand Rapids: Christian Classics Ethereal Library, s.d. Disponível em: https://ccel.org/ccel/schaff/npnf106/npnf106.vii.lxix.html. (Acessado em 29 de maio de 2022).

BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 1985.

BUBER, M. “Eclipse of God: studies in the relation between religion and philosophy”. Princeton: Princeton University Press, 2016.

BHAGAVAD GITA. Translated by Winthrop Sargeant. Albany: SUNY Press, 2009.

CARDEÑA, E.; LYNN, S. J.; KRIPPNER, S. “Varieties of anomalous experience”. Washington, DC: American Psychological Association, 2000.

CHANDLER, D. H. “Kant on Prayer”. In: S. Bacin et al. (eds.). Kant und die Philosophie in weltbürgerlicher Absicht: Akten des XI. Kant-Kongresses 2010. pp. 847-858. Berlin: De Gruyter, 2013. https://doi.org/10.1515/9783110246490.1683.

CONGAR, Y. “Ele é o Senhor e dá a vida”. São Paulo: Paulinas, 2005.

COTTINGHAM, J. “A dimensão espiritual: religião, filosofia e valor humano”. São Paulo: Loyola, 2008.

HAIDT, J. “A mente moralista”. Rio de Janeiro: Alta Books, 2020.

HARARI, Y. “Sapiens: uma breve história da humanidade”. Porto Alegre: L&PM, 2015.

HARTSHORNE, C. “The logic of perfection”. La Salle, Ill.: Open Court, 1962.

HEIDEGGER, M. “O tempo da imagem do mundo”. In: _____. Caminhos de floresta. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2002.

IBN ARABI. “O segredo dos nomes de Deus”. São Paulo: Attar, 2019.

JAMES, W. “Essays on psychical research”. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1986.

_____. “The varieties of religious experience: a study in human nature”. London: Routledge, 2002 [1902].

KANT, I. “Crítica da razão pura”. São Paulo: Abril Cultural, 1979 [1787].

_____. “Crítica da faculdade de julgar”. São Paulo: Forense Universitária, 2012 [1790].

_____. “A religião nos limites da simples razão”. Lisboa: Edições 70, 1992 [1793].

KELTNER, D.; HAIDT, J. “Approaching awe, a moral, spiritual and aesthetic emotion”, Cognition and emotion, 17.2, pp. 297-314, 2003.

LAKOFF, G.; JOHNSON, M. “Metaphors we live by”. Chicago: University of Chicago Press, 1980.

MAXIMUS. “The church’s mystagogy”. In: Maximus Confessor: selected writings. New York: Paulist Press, 1985.

McGILCHRIST, I. “The matter with things: our brains, our delusions and the unmaking of the world”. London: Perspectiva, 2021.

McNAMARA, P. “The cognitive neuroscience of religious experience”. Cambridge: Cambridge University Press, 2009.

MONTEIRO DE BARROS, M. C. et al. “Prevalence of spiritual and religious experiences in the general population: a Brazilian nationwide study”, Transcultural Psychiatry. April 2022. doi: 10.1177%2F13634615221088701.

MOREIRA-ALMEIDA, A. “Pesquisa em mediunidade e relação mente-cérebro: revisão das evidências”. Revista de Psiquiatria Clínica, 40, pp. 233-240, 2013. doi: 10.1590/S0101-60832013000600005.

MOSER, P.; MEISTER, C. “The Cambridge companion to religious experience”.Cambridge: Cambridge University Press, 2020.

MURDOCH, I. “A soberania do bem”. São Paulo: UNESP, 2013.

NUSSBAUM, M. “Love’s knowledge”. In: _____. Love’s knowledge: essays on philosophy and literature. Oxford: Oxford University Press, 1990.

OTTO, R. “O sagrado: os aspectos irracionais na noção do divino e sua relação com o racional”. Petrópolis: Vozes, 2000 [1917].

OVÍDIO. “Metamorfoses”. São Paulo: Editora 34, 2017.

PALMQUIST, S. R. “Kant’s critical hermeneutic of prayer”. The Journal of Religion, 77.4 pp. 584-604, 1997. Disponível em http://www.jstor.org/stable/1206749. (Acessado em 8 de Setembro de 2022).

PASCAL, B. “Pensamentos” (Coleção ‘Os Pensadores’). São Paulo: Abril Cultural, 1973.

PLANTINGA, A. “The nature of necessity”. Oxford: Clarendon, 1974.

_____. “Warranted Christian belief”. Oxford: Oxford University Press, 2000.

PONS, G. (ed.). “El espíritu santo el los padres de la iglesia”. Madrid: Ciudad Nueva, 1998.

PORCHER, J. E. “The acquisition of religious belief and the attribution of delusion”. Filosofia Unisinos, 19.3, pp. 329-339, 2018. doi: 10.4013/fsu.2018.193.15.

PORTUGAL, A. “Epistemologia da experiência religiosa: uma comparação entre Alston e Swinburne”, Numen, 7.2, pp. 137-180, 2004. Disponível em: https://periodicos.ufjf.br/index.php/numen/article/view/21627. (Acessado em 12 de Setembro de 2020).

_____. “Existência de Deus”. In: P. Galvão; R. Santos (eds.). Compêndio em linha de problemas de filosofia analítica. Lisboa: Centro de Filosofia da Universidade de Lisboa, 2020. Disponível em http://compendioemlinha.letras.ulisboa.pt/existencia-dedeus-agnaldo-cuoco-portugal/. (Acessado em 15 de julho 2022).

_____. “O argumento bayesiano da experiência religiosa em favor do teísmo”. Síntese, v. 47, n. 147, pp. 5-22, 2020. doi: 10.20911/21769389v47n147p5/2020.

QUINE, W. V. “Mathematical logic”. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 1940.

STUMP, E. “The God of the philosophers and the God of the Bible”. Milwaukee: Marquette University Press, 2016.

SMITH, H. “Why religion matters: the fate of the human spirit in an age of disbelief”. New York: HarperCollins, 2001.

SWINBURNE, R. “A existência de Deus”. Brasília: Academia Monergista, 2015.

TAVES, A. “Religious experience reconsidered”. Princeton: Princeton University Press, 2009.

TAYLOR, C. “Varieties of religion today: William James revisited”. Cambridge, Mass.: Harvard University Press, 2003.

TERESA DE JESUS, S. “Livro da vida”. São Paulo: Paulus, 2014 [1588].

TZU, L. “Tao the ching”. Translated by S. Mitchell. London: Frances Lincoln, 1999.

VASCONCELLOS, M. G. “Figurando o não-figurável: representações de experiências espirituais por Gustave Moreau (1826-1898)”. In: A. Lopes; B. Dantas (orgs.). Momentos da história, visões da arte. Vol. 1. pp. 127-141. Vila Velha: Balsamum, 2021.

YOGANANDA, P. “Autobiografia de um iogue”. [s.l.]: Self-Realization Fellowship, 2008.

Publicado

2024-10-27

Cómo citar

SEVERO, R.; VASCONCELLOS, M. DEUS: NÃO É O QUE VOCÊ PENSA. Revista Kriterion, [S. l.], v. 65, n. 159, p. e–41949, 2024. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/41949. Acesso em: 21 nov. 2024.

Número

Sección

Artigos