O IDEAL DE RAÇA NA TERCEIRA CRÍTICA KANTIANA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO RACISMO CULTURAL

Authors

Keywords:

Estética kantiana, Racismo cultural, Eurocentrismo estético, Arte africana, Colonialismo

Abstract

Este artigo parte de uma reconsideração crítica da estética kantiana, sob a perspectiva da radicalização dos corpos, tendo em vista a
emergência paralela da estética e da antropologia no século XVIII. Ambas as áreas tiveram seu desenvolvimento abertamente implicado, embora não seja comum levar em conta o impacto de uma sobre a outra na perspectiva da investigação filosófica. Portanto, quando a Crítica da Faculdade do Juízo surge como tema inicial deste artigo, objetiva-se discutir a influência do pensamento
ainda incipiente da teoria das raças sobre o juízo estético kantiano, numa interlocução com Ape to Apolo: Aesthetics and the Idea of Race in the 18th Century, de David Bindman, para, em seguida, dimensionar o alcance da estética kantiana no ajuizamento de construtos culturais não europeus, a partir da leitura crítica de Roger Somé em Le concept d’‘esthétique africaine’: essai d’une généalogie critique. Esses dois momentos resultam no questionamento sobre a universalidade das categorias estéticas clássicas, evidenciando a cumplicidade do pensamento filosófico europeu para o desenvolvimento do racismo cultural.

References

Referências

BINDMAN, D. “Ape to Apollo: Aesthetics and de idea of race in the 18th Century”. Londres: Reaktion Books, 2002.

BOAS, F. “Primitiv art”. Oslo: H. Aschehoug & Co., 1927.

BUROCCO, L. “Práticas estéticas africanas: o reconhecimento da afro-modernidade de múltiplos indivíduos”. Revista Artefilosofia, Vol. 15, Nr. 28, pp. 206-255, 2020.

LEIRIS, M. “Préface”. In: DELANGE, J. Arts et peuples de l’Afrique noire: introduction à une analyse des créations plastiques. Paris: Gallimard, 1967. pp. 11-25.

EINSTEIN, C. “Negerplastik: escultura negra”. Tradução F. Scheibe e I. Araújo. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2011.

FANON, F. “Pele negra, máscaras brancas”. São Paulo: Ubu, 2020.

HEGEL, G. W. F. “Cursos de estética III”. Tradução M. A. Werle e O. Tolle. São Paulo: EDUSP, 2002.

HEGEL, G. W. F. “Vorlesungen über die Ästhetik”. Berlin 1820/21. Band 14. Hg. von Helmut Schneider. Frankfurt am Main: Peter Lang GmbH, 1995.

KANT, I. “Crítica da faculdade do juízo”. 2. ed. Tradução de V. Rohden e A. Marques. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.

LAFONT, A. “A arte dos mundos negros: história, teoria e crítica”. Tradução R. Paschoalin, L. Gonçalves, V. Braga dos Santos. Rio de Janeiro: Bazar do Tempo, 2023.

LAUDE, J. “Les arts de l’Afrique noire”. Paris: Chêne, 1966.

MICHAUD, E. “As invasões bárbaras: uma genealogia da história da arte”. Tradução F. Magalhães Taam. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2024.

PERROIS, L. “Fang: visions of Africa”. Milão: 5 Continents Editions, 2008.

SOMÉ, R. “Le concept d’ ‘esthétique africaine’: essai d’une géneálogie critique”. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia, São Paulo, Nr. 4, 1994, pp. 117-139.

SUZUKI, M. “A palavra como invenção: heurística e linguagem em Kant”. Studia Kantiana, São Paulo, Nr. 6/7, pp. 29-61, mar. 2008.

THOMPSON, R. F. “Aesthetics in Traditional Africa”. In: JOPLING, C. F. (ed.). Art and aesthetics in primitive societies: a critical anthology. Nova York: Dutton Paperback, 1971. pp. 374-380.

VENTURI, L. “História da crítica de arte”. Tradução R. E. Santana Brito. Lisboa: Edições 70, 2013.

WILCOX, J. “The Beginnings of l’Art Pour l’Art”. The Journal of Aesthetics and Art Criticism, Vol. 11, Nr. 4, Special Issue on the Interrelations of the Arts (Jun., 1953), pp. 360-377.

WILLETT, F. “African Art”. Nova York: Thames & Hudson, 1971.

Published

2025-10-02

Issue

Section

Artigos

How to Cite

O IDEAL DE RAÇA NA TERCEIRA CRÍTICA KANTIANA E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DO RACISMO CULTURAL. Revista Kriterion, [S. l.], v. 66, n. 160, 2025. Disponível em: https://periodicos.ufmg.br/index.php/kriterion/article/view/54766. Acesso em: 8 dec. 2025.