Esta é uma versão desatualizada publicada em 2022-01-27. Leia a versão mais recente.

Limitações e inconsistências das definições sintéticas para psicologia

Autores

  • William Barbosa Gomes Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.35699/1676-1669.2022.35827

Palavras-chave:

campo da psicologia, unidade da psicologia, definição de psicologia

Resumo

O objetivo deste memorandum é a proposição de uma definição conceitual para a psicologia capaz de integrar desdobramentos de objetos, diferenças entre métodos, e variedades de aplicações. O argumento baseia-se no fato óbvio de que existe apenas um psiquismo, mesmo que se reconheça diferentes modos de descrevê-lo, estudá-lo, preveni-lo e tratá-lo. Desde modo, a psicologia pode ser definida como um vasto campo de manifestações impressivas e expressivas as quais podem ser sintetizadas em articulações de suas propriedades afetivas, cognitivas e conativas, podendo tais manifestações serem observáveis (perspectiva de terceira pessoa) ou não (perspectiva de primeira pessoa). Os termos do enunciado serão definidos e discutidos após análise lógica e histórica de definições apresentadas por filósofos e psicólogos, do final do século XIX ao início do século XXI. A proposição assenta-se na esclarecedora diferenciação entre pluralidade de objetos (hierarquia ontológica ou desdobramentos de objetos) e pluralismo de concepções (diversidade epistemológica).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

William Barbosa Gomes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

William Barbosa Gomes é professor aposentado e Fellow Senior do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Foi Bolsista Produtividade CNPq de 1988 a 2019, onde chegou a Pesquisador 1A entre 2006-2019. Dedica-se, atualmente, a projetos teóricos de longa duração, entre os quais se destacam Diferenças entre Aportes Conceptuais e Estruturais na História da Psicologia, Unidade em Psicologia, e Contribuições da Fenomenologia à Ciência. 

Referências

Alvarado, C. S. (2015). Théodore Flournoy. Em Psi Encyclopedia. The Society for Psychical Research. Recuperado em 03 de março, 2021, de https://psi-encyclopedia.spr.ac.uk/articles/theodore-flournoy.

Araújo, S. F. (2020). A ideia de uma ciência da alma: Christian Wolff e o surgimento da psicologia científica na Alemanha. Doispontos, 17(1), 44-51. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de http://dx.doi.org 10.5380/dp.v17i1.74871.

Arstila, V. & Lloyd, D. (Eds.). (2014). Subjective time: the philosophy, psychology, and neuroscience of temporality. Cambridge, MA; Londres: The Mit Press.

Ballantyne, P. F. (1993). Unity and diversity of subject matter or pluralism? Em Annual Meeting of Cheiron, 24st. New Hampshire: USA. Recuperado em 02 de abril, 2019, de http://www.comnet.ca/%7Epballan/Unityvsplural.html.

Behavior (1994). Em Webster’s Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language (p. 168). Bexley, OH: Gramercy Books.

Blair-Broeker, C. & Ernest, R. M. (2019). Thinking about psychology: The science of mind and behavior. Worth Publishers.

Bunge, M. (1987). Epistemologia: Curso de Atualização (C. Navarra, Trad.). São Paulo: EDUSP (Original em espanhol publicado em 1980)

Davidoff, L. L. (1987). Introduction to psychology. NY: McGraw-Hill Publishing.

Davidoff, L. L. (2001). Introdução à psicologia (L. Perez, Trad.). São Paulo: Pearson Education.

Dilthey, W. (1977). Descriptive psychology and historical understanding (R. M. Zaner & K. L. Heiges, Trads.). Haia: Martins Nijhoff. (Original publicado em alemão em 1894).

Figueiredo, L. C. M. (1991). Matrizes do pensamento psicológico. Petrópolis, RJ: Vozes

Gomes, W. B. (2017). How can "the play of signs and the signs of play" become an attractive model for dealing with eidetic and empirical research? Semiotics, 37, 1-19. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.5840/cpsem20173.

Gomes, W. B. (2019). Looking in history for novel integrated view on psychological science and method. Em S. H. Koller. (Org.). Psychology in Brazil: Scientists making a difference (pp. 167-193). Cham, Suíça: Springer International Publishing, https://doi.org/10.1007/978-3-030-11336-0_10.

Gomes, W. (2021). Pluralidade de objeto versus pluralismo de concepções em teorias psicológicas. Memorandum, 38, 1-29. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.35699/1676-1669.2021.25462.

Henriques, G. R. (2004). Defining Psychology. Journal of Clinical Psychology, 60(10), 1207-1221. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1002/jclp.20061.

Hilgard, E. R. (1980). A trilogy of mind: Cognition, affection, and conation. Journal of History of Behavioural Sciences, 16, 107-177. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1002/1520-6696(198004)16:2<107::AID-JHBS2300160202>3.0.CO;2-Y.

James, W. (1981). The principles of Psychology. Cambridge, MA: Harvard University Press. (Original publicado em 1890).

Jung, C. G. (1981). A prática da psicoterapia (M. L. Orth, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes. (Original publicado em alemão em 1958).

Justo, H. (1987). Identidade do psicólogo. Canoas, RS: La Salle.

Koch S. (1969). Psychology cannot be a coherent science. Psychology Today, 3, 64-68.

Koch, S. (1992). The nature and limits of psychological knowledge: Lessons of a century qua "science". Em S. Koch & D. E. Leary, D. E. (Eds.). A century of psychology as science (pp. 7-35). Washington, DC: APA.

Krech, D. & Crutchfield, R. S. (1958). Elements of psychology. NY: Alfred A. Knopf, Inc. [Em português, Elementos de psicologia [D. M. Leite & M. L. M. Leite, Trads.). Pioneira, 1963].

Krech, D. & Crutchfield, R. S. (1963). Elementos de Psicologia (D. M. Leite & M. L. M. Leite, Trads.) São Paulo: Pioneira.

Lanigan, R. (1992). The human science of Communicology. Pittsburgh, PA: Duquesne University Press.

Marsh, T. & Boag, S. (2014). Unifying psychology: Shared ontology and the continuum of practical assumptions. Rev Gen Psychol, 18(1), 49–59. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1037/a0036880.

Melchert, T. P. (2016). Leaving behind our preparadigmatic past: Professional psychology as a unified clinical science. American Psychologist, 71(6), 486–496. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1037/a00402Milton 2010.

Milton, N. R. (2010). A New Framework for psychology. Review of General Psychology, 14(1), 1-15. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1037/a0018325.

Mind (1994). Em Webster’s Encyclopedic Unabridged Dictionary of the English Language (p. 1144). Bexley, OH: Gramercy Books.

Nietzsche, F. (2001). O crepúsculo dos ídolos, ou, A filosofia a golpes de martelo (E. Bini, & M. Pugliesi, Trads.). São Paulo: Hemus (Original publicado em alemão em 1889).

Nöth, W. (1990). Handbook of semiotics. Bloomington, IN: Indiana University Press.

Pavlovic, R. Y. & Pavlovic, A. M. (2012). Dostoevsky and psychoanalysis: The eternal husband (1870) by Fyodor Dostoevsky (1821–1881). British Journal of Psychiatry, 200(03), 181. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1192/bjp.bp.111.093823.

Peirce, C. S. (1931-1958). Collected Papers (Vols. 1-6, C. Hartshorne, & P. Weis, Eds.; Vols. 7-8, A. W. Burks, Ed.). Cambridge, MA: Harvard University Press.

Petocz, A. (2011). Re-thinking the place of semiotics in psychology and its implications for psychological research. Em S. C. Hamel (Ed.), Semiotics: Theory and applications (pp. 99–147). Hauppauge, NY: Nova Science.

Petrovski, A. (Ed.) (1985). Psicología geral (Tradutor para o espanhol não informado). Cidade do México: Editorial Progresso. (Original publicado em russo em 1976).

Posinsky, S. H. (1958). Elements of psychology: By David Krech and Richard S. Crutchfield. New York: Alfred A. Knopf, Inc., 1958. 694 pp. Psychoanalytic Quarterly, 27, 426-427. Recuperado em 25 de novembro de 2019 de https://www.pep-web.org/document.php?id=paq.027.0426a.

Radecki, W. (1933). Tratado de psicología (C. Payssé & V. Delfino, Trads.) Buenos Aires: Casa Editora Peuser Ltda. (Original publicado em português em 1928).

Rancour-Laferriere, D. (Ed). (1989). Russian literature and psychoanalysis. Amsterdam: John Benjamin’s Publishing.

Stanovich, K. E. (2013). How to think straight about psychology. Londres: Pearson Education.

Valsiner, J. (2009). Integrating psychology within the globalizing world: A requiem to the post-modernist experiment with Wissenschaft. Integr Psych Behav, 43(1), 1–21. Recuperado em 24 de novembro, 2021, de https://doi.org/10.1007/s12124-009-9087-x.

VandenBos, G. R. (Ed.). (2015). APA dictionary of psychology. Washington: APA

Wiley, N. (1994). The semiotic self. Chicago, IL: The University of Chicago Press.

Wolman, B. B. (1981). Contemporary theories and systems in psychology. New York: Plenum Press

Wundt, W. (1897). Outlines of Psychology (C.H. Judd, Trans.) Wilhelm Engelmann (Reprinted Bristol: Thoemmes, 1999; Original publicado em alemão em 1896).

Wundt, W. (1916). Elements of folk-psychology: Outlines of a Psychological History of the Development of Mankind (E.L. Schaub, Trans.). Lawrence, KS: Allen. (Original publicado em alemão em 1912). Recuperado em 04 de abril, 2019, de https://archive.org/details/elementsoffolkps00wunduoft/page/xvi.

Downloads

Publicado

2022-01-27

Versões

Como Citar

Gomes, W. B. . (2022). Limitações e inconsistências das definições sintéticas para psicologia. Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 39. https://doi.org/10.35699/1676-1669.2022.35827

Edição

Seção

20 anos de Memorandum: memória e história em psicologia