Darwin vai ao divã

Uma revisão sistemática de literatura em publicações brasileiras

Autores

DOI:

https://doi.org/10.35699/1676-1669.2024.46422

Palavras-chave:

Charles Robert Darwin, psicanálise, teoria da evolução, Sigmundo Freud, revisão sistemática

Resumo

Este artigo objetiva identificar, contextualizar e analisar evidências e impacto do evolucionismo darwiniano na obra de Sigmund Freud, na literatura especializada nacional nas últimas duas décadas. Uma revisão sistemática da literatura foi empreendida, em conformidade com as orientações metodológicas PRISMA, valendo-se, para tanto, de palavras-chave selecionadas, posteriormente empregadas na pesquisa conduzida em sete bases de dados distintas. Após seleção, chegou-se a uma amostra final composta por dezesseis artigos de relevância. De acordo com os resultados, evidencia-se: evolucionismo darwiniano como um recurso na escrita da obra freudiana; utilização da história evolutiva ou história filogenética como justificativa das elaborações de Freud; teoria darwiniana como meio para compreensão da origem de sintomas e estados psíquicos; uso da figura representativa de Darwin.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Rodrigo Barbosa Nascimento, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Rodrigo Barbosa Nascimento é mestrando em Psicologia no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal da Bahia. Bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Bahia - Fapesb.

Denise Maria Barreto Coutinho, Universidade Federal da Bahia (UFBA)

Denise Coutinho é professora titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia.

Referências

Armiliato, V. & Bocca, F. V. (2020). Um além que vem do passado: o evolucionismo e o caráter regressivo e patológico das pulsões. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 11(2), 175-194. http://dx.doi.org/10.5902/2179378647108

Armiliato, V. (2021). O Passado Bate à Porta: as Marcas do Evolucionismo em "Visão de Conjunto das Neuroses de Transferência". Sofia, 9(2), 99-120. http://dx.doi.org/10.47456/sofia.v9i2.32396

Barbosa, M. N. P. & Santos, M. A. (2005). Considerações sobre a dimensão biológica do conceito de pulsão em Freud. Psicologia: Reflexão e Crítica, 18(2), 162-170. http://dx.doi.org/10.1590/s0102-79722005000200003

Buican, D. (1990). Darwin e o Darwinismo. Jorge Zahar.

Ceccarelli, P. R. (2007). Freud traído. Reverso, 29(54), 43-53. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-73952007000100007&lng=pt&nrm=iso

Darwin, C. (1974). A origem do homem e a seleção sexual. Hemus. (Original publicado em 1871)

Darwin, C. (2009). A expressão das emoções no homem e nos animais. Companhia das Letras. (Original publicado em 1872)

Darwin, C. (2018). A origem das espécies por meio de seleção natural: ou A preservação das raças favorecidas na luta pela vida (P. P. Pimenta, Trad.). Ubu. (Original publicado em 1859)

Ferretti, M. G. & Loffredo, A. M. (2013). A temática darwiniana em Freud: um exame das referências a Darwin na obra freudiana. Psicologia Clínica, 25(2), 109-130. https://doi.org/10.1590/S0103-56652013000200007

Ferretti, M. G. (2020). Da ontogênese à filogênese: uma velha diretriz metodológica de Freud em "Além do princípio do prazer". Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, 11(2), 195-211. http://dx.doi.org/10.5902/2179378647113

Ferretti, M. G. (2021). O "lamarckismo" de Freud e a polarização das interpretações. Revista de Filosofia Aurora, 33(60), 846-860. http://dx.doi.org/10.7213/1980-5934.33.060.ds06

Freud, S. (1895/1996). Projeto para uma Psicologia Científica. In S. Freud. Publicações pré-psicanalíticas e esboços inéditos (1886-1889) — Obras completas (vol. 1, pp. 341-483). (J. Salomão, Trad.). Imago.

Freud, S. (1895/2016). Estudos sobre a histeria. In S. Freud, Estudos sobre a histeria — Obras completas (vol. 2, pp. 14-427). (L. Barreto, Trad.). Companhia das Letras.

Freud, S. (2010a). Além do princípio do prazer. In S. Freud. História de uma neurose infantil (“o homem dos lobos”), além do princípio do prazer e outros textos [1917-1920] — Obras completas (Vol. 14, pp. 161-239). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1920)

Freud, S. (2010b). Uma dificuldade no caminho da psicanálise. In S. Freud, História de uma neurose infantil (“o homem dos lobos”), além do princípio do prazer e outros textos [1917-1920] — Obras completas (Vol. 14, pp. 240-251). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1917)

Freud, S. (2011). Psicologia das Massas e Análise do Eu. In S. Freud. Psicologia das massas e análise do Eu e outros textos [1920-1923] — Obras completas (Vol. 15, pp. 13-113). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1921)

Freud, S. (2012). Totem e Tabu. In S. Freud. Totem e tabu, contribuição à história do movimento psicanalítico e outros textos [1912-1914] — Obras completas (vol. 11, pp. 13-155). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1912-1913)

Freud, S. (2014). Inibição, sintoma e angústia. In S. Freud, Inibição, sintoma e angústia, o futuro de uma ilusão e outros textos [1926-1929] — Obras completas (Vol. 17, pp. 13-123). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1926)

Freud, S. (2018). Moisés e o monoteísmo. In S. Freud. Moisés e o monoteísmo, compêndio de psicanálise e outros textos [1937 – 1939] — Obras completas (Vol. 19, pp. 13-188). (P. C. de Souza, Trad.). Companhia das Letras. (Original publicado em 1939)

Gay, P. (2012). Freud: Uma vida para o nosso tempo (2a ed.). Companhia das Letras.

Grady, D. G., Cummings, S. & Hulley, S. B. (2014). Pesquisas com dados existentes. In S. B. Hulley, S. R. Cummings, W. S. Browner, D. G. Grady, & T. B. Newman (Eds.). Delineando a pesquisa clínica (pp. 363-392). Artmed.

Haeckel, E. (1989). A origem do homem (2a ed.). Global.

Lopes, A. J. (2013). O primata perverso polimorfo. Estudos de Psicanálise, 40, 21-30. http://pepsic.bvsalud.org/SciELO.php?script=sci_arttext&pid=S0100-34372013000200003&lng=pt&nrm=iso

Lopes, A. L. M. & Fracolli, L. A. (2008). Revisão sistemática de literatura e metassíntese qualitativa: considerações sobre sua aplicação na pesquisa em enfermagem. Texto Contexto Enfermagem, 17(4), 771-778. https://doi.org/10.1590/S0104-07072008000400020

Lorenz, K. (2009). Prefácio. In C. Darwin. A expressão das emoções no homem e nos animais. Companhia das Letras.

Mezan, R. (2007). Que tipo de ciência é, afinal, a Psicanálise? Natureza Humana, 9(2), 319-359. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1517-24302007000200005&script=sci_abstract

Moher, D., Liberati, A., Tetzlaff, J., Altman, D. G. & The PRISMA Group. (2009). Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Medicine, 6(7). http://dx.plos.org/10.1371/journal.pmed.1000097

Regner, A. C. (2004). Darwin, Newton e o conceito de ciência no século XIX. In Freud e seus filósofos (pp. 73-110). Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre.

Ritvo, L. B. (1965). Darwin as the source of Freud's neo-Lamarckism. Journal of the American Psychoanalytic Association, 13(3), 499-517. https://doi.org/10.1177/000306516501300302

Ritvo, L. B. (1972). Carl Claus as Freud's professor of the new Darwinian biology. The International Journal of Psychoanalysis, 53(2), 77-83. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/4560415/

Ritvo, L. B. (1974). The impact of Darwin on Freud. The Psychoanalytic Quarterly, 43(2), 177-192. https://doi.org/10.1080/21674086.1974.11926667

Ritvo, L. B. (1992). A influência de Darwin sobre Freud: um conto de duas ciências. Imago.

Setubal, J. C. (2016). Desconcertos na ciência. Revista Brasileira de Psicanálise, 50(3), 145-152. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0486-641X2016000300011&lng=pt&nrm=iso

Simanke, R. T. (2009). A psicanálise Freudiana e a dualidade entre ciências naturais e ciências humanas. Scientiae Studia, 7(2), 221-235. https://doi.org/10.1590/S1678-31662009000200004

Simanke, R. T. (2014a). O Trieb de Freud como instinto 1: sexualidade e reprodução. Scientiae Studia, 12(1), 73-95. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-31662014000100004

Simanke, R. T. (2014b). O Trieb de Freud como instinto 2: agressividade e autodestrutividade. Scientiae Studia, 12(3), 439-464. http://dx.doi.org/10.1590/s1678-31662014000300003

Souza, M. R. (2003). Teoria evolucionista e psicanálise: ressonâncias? Pulsional Revista de Psicanálise, 16(167), 56-65. https://www.academia.edu/38792493/Teoria_Evolucionista_e_Psican%C3%A1lise_resson%C3%A2ncias

Sulloway, F. J. (1992). Freud, biologist of the mind - beyond the psychoanalytic legend. Harvard University Press.

Viana, M. B. (2010). Freud e Darwin: ansiedade como sinal, uma resposta adaptativa ao perigo. Natureza Humana, 12(1), 1-33. 12. http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-24302010000100006

Winograd, M. (2007). Freud e a filogenia anímica. Revista do Departamento de Psicologia, 19(1), 69-81. http://dx.doi.org/10.1590/s0104-80232007000100006

Downloads

Publicado

2024-04-13

Como Citar

Nascimento, R. B., & Coutinho, D. M. B. (2024). Darwin vai ao divã: Uma revisão sistemática de literatura em publicações brasileiras. Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 41. https://doi.org/10.35699/1676-1669.2024.46422

Edição

Seção

Artigos