Misses e normalistas, ícones da presença feminina na geração “Anos Dourados”
um estudo de memórias e representações sociais
Palavras-chave:
representações sociais, memória social, psicologia socialResumo
Chamamos de “Anos Dourados” no Brasil, do ponto de vista político, o período compreendido entre o suicídio de Vargas e o Regime Militar. As misses e as normalistas eram personagens femininos muito comuns nos Anos Dourados e carregavam a simbologia do que era ser mulher na época. O objetivo geral do presente estudo consistiu em analisar, em termos psicossociais e sob uma orientação comparativa, a memória social do lugar do feminino a propósito de duas de suas manifestações – as misses e as normalistas - no período conhecido como Anos Dourados construída por duas diferentes gerações de habitantes do Rio de Janeiro. Os sujeitos da pesquisa consistiram de amostras de 200 habitantes da cidade do Rio de Janeiro entre idosos e adultos. Os resultados apontam que nos dois grupos pesquisados, as memórias sobre os fenômenos das misses e das normalistas existem, porém são fragmentadas e sem o peso de sua importância na sociedade atual.
Downloads
Referências
Abric, J. C. (2003). Méthodes d’étude des representations sociales. Ramonville Saint-Agne, França: Éditions Érès.
Araújo, V. L. (1997). A reflexão sobre a contribuição do conceito de memória na primeira parte do século XX. Revista de História DIA-LOGOS. 1(1), 63-68.
Bartlett, F. C. (1995). Remembering: a study in experimental and social psychology. Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press.
Bassanezi, C. (2008). As mulheres dos Anos Dourados. Em M. Del Priore (Org.). História das mulheres no Brasil(7a. ed., pp. 607-639). São Paulo: Contexto.
Bonardi, C. (2003). Représentations sociales et mémoire: de la dynamique aux structures premières. Connexions,80, 43-56.
Bosi, E. (2005). Memória e sociedade: lembranças de velhos(13a ed.). São Paulo: Companhia das Letras. (Original publicado em 1979).
Braga, G. (escritor). (1986). Anos Dourados [minissérie]. Rio de Janeiro: Rede Globo.
Bruschini, C. & Amado, T. (1988). Estudos sobre mulher e educação: algumas questões sobre o magistério.Cadernos de Pesquisa, 64, 4-13.
Cabral, C. (2002). Trabalho socialcom famílias. Rio de Janeiro: Booklink.
Giacomini, S. M. (2006). A alma da festa. Belo Horizonte: UFMG.
Deschamps, J. C. & Moliner, P. (2009). A identidade em psicologia social: dos processos identitários às representações sociais (L. M. E. Orth, Trad.). Petrópolis, RJ: Vozes. (Original publicado em 2008).
Dias, A. P., Silva, F. J., Chaleggre, R. F., Sá, C. P. & Wolter, R. P. (2011). Sobre a memória social dos Anos Dourados: fusca, copa do mundo, bossa nova e miss Brasil. Psicologia: Teoria e prática, 13(3), 110-123.
Freire Costa, J. (1994). Ordem médica e norma familiar. São Paulo:Graal.
Haas, V. & Jodelet, D. (1999). Pensée et mémoire sociale. Em J. P. Pétard (Org.) Manuel de psychologie sociale(pp. 111-159). Paris: Bréal.
Halbwachs, M. (1994). Les cadres sociaux de la mémoire. Paris: Édition Albin Michel. (Original publicado em 1925).
Halbwachs, M. (1990). A memória coletiva(B. Sidou, Trad.). São Paulo: Vértice. (Publicação póstuma em 1950).
Hobsbawm, E. (2004). A era dos extremos: o breve século XX –1914-1991 (M. Santarrita, Trad.). São Paulo: Companhia das Letras. (Original publicado em 1994).
Jedlowski, P. (2001). Memory and sociology: themes and issues. Time & Society, 10(1), 29-44.
Jedlowski, P. (2005). Memória e mídia: uma perspectiva sociológica. Em C. P. Sá (Org.). Memória, imaginário e representações sociais (pp. 87-98). Rio de Janeiro: Museu da República.
Jodelet, D. (1992). Mémoire de masse: le côté moral et affectif de l’histoire. Bulletin de Psychologie, 45(405), 239-256.
Jodelet, D. (1999). Pensée et mémoire sociale. Em D. Jodelet (Org.). Manuel de psychologie sociale(pp. 111-159). Paris: J. P. Petard Ed.
Lacerda, B. & Nasser D. (1949). Normalista [Gravada por Nelson Gonçalves]. Em 50 anos de boemia: vol. II [CD]. Rio de Janeiro: Sony Music. (1991).
Lopes, S. M. C. (2006). Entre história e memória: os Anos Dourados do curso de formação de professores no Instituto de Educação do Rio de Janeiro. Em AnaisCongresso Brasileiro de História da Educação, IV,(pp. 68-74). Goiânia: Vieira.
Magaldi, A. N & Neves, C. V. (2006). Valores católicos e profissão docente: um estudo sobre representações em torno do magistério e do “ser professora” (1930/1950). Em Anais Congresso Brasileiro de História da Educação, IV,(pp. 32-46). Goiânia: Vieira.
Manzini-Covre, M. L. (2002). A família, o “feminino”, a cidadania e a subjetividade. Em M. C. Brant de Carvalho (Org.). A família contemporânea em debate(4a ed., pp. 105-122). São Paulo: Cortez. (Original publicado em 1995).
Möller, R. C., Sá, C. P. & Bezerra, F. C. C. (2003). Representações sociais vivas do descobrimento do Brasil: a memória social atualizada de brasileiros e portugueses. Revista de Psicologia, 17, 401-413.
Moscovici, S. (1976). La psychanalyse, son image et son public. Paris: PUF.
Moscovici, S. (1984). The phenomenon of social representations. Em S. Moscovici & R. M. Farr (Orgs.). Social representations(pp.3-69). Cambridge, Inglaterra: Cambridge University Press.
Naiff, D. G. M.,Sá, C. P. & Möller, R. C. (2003). O descobrimento do Brasil na imprensa diária brasileira: a atualização gradativa da memória social. Revista de Psicologia, 17, 345-357.
Naiff, D. G. M., Sá, C. P. & Naiff, L. A. M. (2008). A memória social do Estado Novo em duas gerações. Psicologia: Ciência e Profissão, 28, 110-121.
Naiff, L. & Sá, C. P. (2007). O legado da exclusão social: um estudo de memórias autobiográficas. Memorandum, 13, 88-99. Recuperado em 25 de julho, 2013, de http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a13/migueznaiffsa01.htm
Namer, G. (1987). Mémoire et société. Paris: Méridiens Klincksieck.
Oliveira, D. C., Marques, S. C., Gomes, A. M. T. & Teixeira, M. C. T. V. (2005). Análise das evocações livres: uma técnica de análise estrutural das representações sociais. Em A. S. P. Moreira, B. V. Camargo, J. C. Jesuíno & S. M. Nóbrega (Orgs.). Perspectivas teórico-metodológicas em representações sociais(pp.573-603). João Pessoa: Editora João Pessoa.
Rocha-Coutinho, M. L. (1994). Tecendo por trás dos panos: a mulher brasileira nas relações familiares. Rio de Janeiro: Rocco.
Rocha-Coutinho, M. L. (2005). Variações sobre um antigo tema: a maternidade para as mulheres com uma carreira profissional bem-sucedida. Em T. Fères-Carneiro (Org.). Família e casal: efeitos da contemporaneidade(pp. 122-137). Rio deJaneiro: PUC-Rio; São Paulo: Loyola.
Roussiau, N. & Bonardi, C. (2002). Quelle place occupe la mémoire sociale dans le champ des représentations sociales?.Em S. Laurens & N. Roussiau (Orgs.). La memoire sociale: identités et représentations sociales(pp. 33-49). Rennes, França: Presses Universitaires de Rennes.
Roussiau, N. & Renard, E. (2003). Des représentations sociales à l’institutionnalisation de la mémoire sociale. Connexions, 80, 31-41.
Sá, C. P. (1996). Núcleo central das representações sociais. Petrópolis, RJ: Vozes.
Sá, C. P. (1998). A construção do objeto de pesquisa em representações sociais. Rio de Janeiro: UERJ.
Sá, C. P. (2000). Representações sociais e memória coletiva de um acontecimento remoto. Em M. T. T. B. Lemos, N. A. Moraes & P. A. Leira (Orgs.). Memória e identidade (pp. 27-41). Rio de Janeiro: 7 Letras.
Sá, C. P. (2005a). As memórias da memória social. Em C. P. Sá. (Org.). Memória, imaginário e representações sociais(pp. 63-86). Rio de Janeiro: Museu da República.
Sá, C. P.(2005b). Memória, imaginário e representações sociais.Rio de Janeiro: Museu da República.
Sá, C. P. (2007a). Sobre o campo de estudo da memória social: uma perspectiva psicossocial. Psicologia: Reflexão e Crítica, 20, 290-295.
Sá, C. P.(2007b). Sobre a psicologia social no Brasil, entre memórias históricas e pessoais. Psicologia e Sociedade, 19, 7-13.
Sá, C. P.(2007c). Psicologia social da memória: sobre memórias históricas e memórias geracionais. Em A. M. Jacó-Vilela & L. Sato. (Orgs.). Diálogos em psicologia social(pp. 53-61). Porto Alegre: Evangraf.
Sá, C. P. (2012). A memória histórica numa perspectiva psicossocial. Morpheus, 9, 91-100.
Sá, C. P. (2013). A psicologia social da memória: uma sistematização teórico-conceitual. Em C. P. Sá, P.R. Menandro & L. A. M. Naiff (Orgs.). Psicologia social e o estudo da memória histórica(pp. 13-26). Curitiba: Apris.
Sá, C. P. & Castro, P. (2005). Memórias do descobrimento do Brasil.Rio de Janeiro: Museu da República.
Sá, C. P. & Oliveira, D. C. (2002). Sur la mémoire sociale de la découverte du Brésil. Em S. Laurens & N. Roussiau (Orgs.). La memoire sociale: identités et représentations sociales (pp. 107-117). Rennes, França: Presses Universitaires de Rennes.
Sá, C. P., Oliveira, D. C., Castro, R. V., Vetere, R.& Carvalho, R. V. C.(2009). A memória histórica do Regime Militar ao longo de três gerações no Rio de Janeiro: sua estrutura representacional. Estudos de Psicologia, 26, 159-171.
Sá, C. P.,Oliveira, D. C., Wolter, R. M. C. & Vetere, R.(2011). A memória histórica dos Anos Dourados no Rio de Janeiro: Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília.Memorandum,21, 179-194. Recuperado em 25 de julho, 2013, de http://www.fafich.ufmg.br/memorandum/a21/saoliveirawoltervetere01/
Sá, C. P., Vala, J. & Moller, R. C. (1996). Memória social, representaçõese atribuição causal: um estudo comparativo sobre o quinto centenário de 1492. Arquivos Brasileiros de Psicologia,48(1), 3-19.
Sá, C. P., Menandro, P. R. & Naiff, L. A. M. (2013). Psicologia social e o estudo da memória histórica. Curitiba: Apris.
Simões, R. D. (2006). Ação Integralista brasileira: educando mulheres para as funções de professora e mãe de família. Em Anais Congresso Brasileiro de História da Educação, IV,(pp. 85-94). Goiânia: Vieira.
Szymanski, H. (2002). Teorias e “teorias” de famílias. Em M. C. Brant de Carvalho (Org.). A família contemporânea em debate(4a. ed., pp. 23-28). São Paulo: Cortez. (Original publicado em 1995).
Tulving, E. (1972). Episodic and semantic memory. Em E. Tulving & W. Donaldson (Orgs.).Organization of memory (pp. 381-405). New York: Academic Press.
Vergès, P. (2000). EVOC: ensemble de programmes permettant l’analyse des évocations: manuel version 2. Aix-en-Provence, França: LAMES.
Viaud, J. (2003). Mémoire collective, représentations sociales et pratiques sociales. Connexions, 80, 13-30.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os trabalhos publicados na revista eletrônica Memorandum: Memória e História em Psicologia são licenciados sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.