Corpos Tatuados
desejo de memória em completude
DOI:
https://doi.org/10.35699/1676-1669.2020.6872Palavras-chave:
corpo, tatuagem, impressão, desejo, memóriaResumo
Este artigo tem por objetivo apresentar vivências e significados de tatuagens a partir de narrativas de sujeitos adultos e idosos, com base em uma abordagem interdisciplinar. Questionamos: do culto ao corpo jovem, da exigência do labor do corpo adulto e da hipervigilância do corpo envelhecido, qual a significação do corpo tatuado em idades tão díspares? Realizamos uma descrição das narrativas de adultos e idosos com corpos tatuados a partir de um desenho de pesquisa qualitativa. Participaram da pesquisa 15 adultos com idades entre 22 e 67 anos em duas capitais brasileiras, Salvador e São Paulo. Entre as ideias conclusivas estão, de um lado, a tatuagem como metamorfose, liberdade e afirmação de si e, de outro, significações que ressaltam a tatuagem como desejo de memória em completude, uma forma de fazer do corpo lugar de arquivo ou o próprio corpo como arquivo de memória completa.
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