Torrentes de sentidos

o simbolismo das águas no contexto umbandista

Autori

  • Marina Rachel Graminha Universidade de São Paulo
  • José Francisco Miguel Henriques Bairrão Universidade de São Paulo

Parole chiave:

emoções, simbolismo, etnopsicologia, umbanda, psicologia da religião

Abstract

Esta pesquisa objetivou averiguar a possível existência de uma concepção de emoção intrínseca aos sentidos das águas na umbanda. Para tanto, examinou-se
o simbolismo das águas presente em letras de músicas rituais da umbanda (pontos cantados). Foram coletados aproximadamente 1200 pontos e selecionados 155 que aludem à água. Averiguaram-se correlações entre qualidades de água e elementos significantes correlatos (rio, mar, cachoeira, areia, barco etc.) e os seus significados expressos no contexto das letras. As categorias de significados das águas encontradas foram: maternidade, segredo, nutriência, luz, batismo, vida e morte, balanço, limpeza e variações e nuances do tônus afetivo. Nos pontos, estes sentidos são fluidos e permeiam uns aos outros. Conclui-se que na umbanda o simbolismo das águas comporta uma
concepção que lhe é peculiar de emoções, porém permeada de nuances de sentido que ultrapassam o âmbito psicológico e assumem conotações éticas e ontológicas. 

Downloads

I dati di download non sono ancora disponibili.

Biografie autore

Marina Rachel Graminha, Universidade de São Paulo

Graduada em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo e aprimoranda do Curso de Aprimoramento em Psicologia Hospitalar em Hospital Geral do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.

José Francisco Miguel Henriques Bairrão, Universidade de São Paulo

Graduado em Psicologia e Filosofia, doutor em Filosofia pela Universidade de Campinas (UNICAMP), docente e pesquisador do Departamento de Psicologia e Educação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, onde coordena o Laboratório de Etnopsicologia.

Riferimenti bibliografici

Araújo, W. S. (1999).Navegandonasondasdo SantoDaime: abarquinhae suaviagem.São Paulo: EDUSP.

Bachelard, G. (1989).Aáguae ossonhos: ensaiosobreaimaginaçãodamatéria(A. P. Danesi, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1942)

Bruner, J. (1997). Realidade mental, mundospossíveis. (M.A.G. Domingues, trad.). Porto Alegre: Artes Médicas. (Original publicado em 1987)

Carvalho, J. J. (1997). A tradição mística afro­brasileira. Religião esociedade, 18 (2), 93­ 122.

Cirlot, J. E. (1984).Dicionáriodesímbolos(R. E. Ferreira­Frias, Trad.). São Paulo: Editora Moraes. (Original publicado em 1969)

Crapanzano, V., & Garrison, V. (Orgs.). (1977).Casestudiesinspiritpossession. New York: Wiley.

Delgado, J. M. R. (1971).Emoções. (V. R. D’Urso, R. Trentin, trad.s). Rio de Janeiro: Livraria José Olímpio Editora. (Original publicado em 1969).

Durand, G. (1997).Asestruturasantropológicasdoimaginário(H. Godinho, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Original publicado em 1992)

Ekman, P. (2003).Emotionsrevealed: recognizing facesand feelingstoimprovecommunication and emotional life. New York: Life.

Engelmann, A. (1978).Osestados subjetivos: umatentativadeclassificaçãodeseusrelatosverbais.São Paulo: Ática. Evola, J. (1931).La tradizione ermetica. Bari: Laterza.

Frijda, N. (2000). The psychologists’ point of view. Em M. Lewis & J. Haviland­Jones (Orgs.), Thehandbookof emotions. (pp. 59­74). New York: Guilford Press.

Geertz, C. (1989).Ainterpretaçãodasculturas(F. Wrobel, Trad.). Rio de Janeiro: LTC (Original publicado em 1973)

Geertz. C. (2001).Novaluzsobreaantropologia(V. Ribeiro, Trad.). Rio de Janeiro: Jorge Zahar. (Original publicado em 1996)

Guénon, R. (1993).Ossímbolosdaciênciasagrada(C. K. Riemma, Trad.). São Paulo: Pensamento. (Original publicado em 1962)

Johnson­Laird, P. N., & Oatley, K. (2000). Cognitive and social construction in emotions. Em M. Lewis & J. Haviland­Jones (Orgs.),The handbookofemotions.(pp. 173­ 191). New York: Guilford Press.

Lambek, M. (1988). Spirit possession/ spirit succession: aspects of social continuity among malagasy speakers in mayotte. American Ethnologist, 15(4), 710­731.

Lutz, C. (1988).Unnatural emotions: everydaysentiments on a micronesian atoll and the challenge to westerntheory.Chicago: The University of Chicago Press.

Lutz, C., & White, G. (1986). The anthropology of emotions.Annualreview of anthropology, 15, 405­436. Ramos, A. (1940).Onegro brasileiro.São Paulo: Cultrix.

Rey, F. G. (1999). O emocional na constituição da subjetividade. Em S.T.M. Lane; Y. Araujo (Orgs.), Arqueologia das emoções. (pp. 48­59). Petrópolis: Vozes.

Vallado, A. (2002). Iemanjá, a grande mãeafricana do Brasil. Rio de Janeiro: Pallas.

Wierzbicka, A. (1986). Human emotions: universal or culture especific?Americananthropologist new series, 88(3), 584­594.

Pubblicato

2009-10-06

Come citare

Graminha, M. R., & Bairrão, J. F. M. H. (2009). Torrentes de sentidos: o simbolismo das águas no contexto umbandista. Memorandum: Memória E História Em Psicologia, 17, 122–148. Recuperato da https://periodicos.ufmg.br/index.php/memorandum/article/view/6670

Fascicolo

Sezione

Artigos