Crítica psicanalítica da racionalidade curativa
Abstract
O objetivo do artigo é propor uma crítica à racionalidade curativa da nossa contemporaneidade a partir da psicanálise. Este tipo de racionalidade irá defender que a cura é representada pela realização de uma experiência que conduz o sujeito à saúde pela eliminação da doença. A hipótese de curar significar eliminar o mal causado pelas doenças, propõe a saúde como sinônimo de uma vida sem perturbações e sofrimentos. Para cumprir o objetivo, foi preciso defender que a doença pode ser definida como uma experiência produtiva de indeterminação, uma vez que esse tipo de experiência tem, potencialmente, a capacidade de introduzir novos arranjos adaptativos no domínio da vida. A doença não seria, então, uma experiência negativa por não estar conforme a norma esperada, pois porta uma elevada potência em produzir novas normatividades. Concluímos em defesa dessa forma de pensar a clínica e seus esforços curativos de cunho normalizante têm relevantes consequências políticas.
Palavras-chave: crítica; cura; normalidade; psicanálise; política.
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