Desejo e fúria de Ovídio pelas tabelas: Amores 1.11 e 1.12

Autores

  • Brunno Vinícius Gonçalves Vieira Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” Araraquara, São Paulo / Brasil

Palavras-chave:

elegia erótica, duplicidade, tradução, Ovídio.

Resumo

Apresenta-se, neste artigo, a tradução do díptico (Amores 1.11 e 1.12) precedida de uma introdução em que o tradutor busca apresentar as motivações práticas e teóricas subjacentes à sua execução. Desenvolve-se uma breve reflexão sobre a duplicidade e a desigualdade tanto dos versos quanto dos personagens que vivem duas diferentes situações de uma fábula amorosa. O díptico oferece dois lances opostos de uma tentativa de amor, sua esperança e seu fracasso. Desejava o poeta se declarar. Desejava o encontro. Desejava Amor em seu sentido carnal (1.11), mas recebe a negativa, caindo em fúria, não contra a amada, mas contra as dúplices tabuinhas (1.12), sendo essas últimas mais uma metonímia da dubiedade do gênero elegíaco como praticado por Ovídio. A tradução, em uma estrofe portuguesa composta por dois decassílabos seguidos de um hexassílabo, procura replicar poeticamente alguns aspectos sonoros, sintáticos e semânticos percebidos no texto de partida.

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Referências

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Publicado

2017-01-26

Como Citar

Vieira, B. V. G. (2017). Desejo e fúria de Ovídio pelas tabelas: Amores 1.11 e 1.12. Nuntius Antiquus, 12(2), 289–302. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/17140

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