A Musa desregrada
Musas e Sereias como princípios composicionais
DOI:
https://doi.org/10.35699/1983-3636.2025.54287Palavras-chave:
composição literária, musas, poética, queer, sereiasResumo
O ensaio propõe, a partir da recepção clássica de mitos, um percurso teórico e poético acerca das Musas e das Sereias como princípios composicionais literários. A partir da literatura acadêmica sobre tais figuras, o trabalho também relaciona a figura das Sereias com a Teoria Queer. A escrita é performática, no intuito de incorporar os conteúdos trabalhos em sua forma. A Sereia é apresentada como uma Musa desregrada, possuindo paralelos com as deusas da arte, mas diferenciando-se por seu canto irrestrito, em que não há ordem e esquecimento. Sua subversividade é assim associada ao estranhamento, ao queer, em uma reflexão que concilia a monstruosidade das Sereias com a dissidência de gênero e sexualidade. Como um canto impossível, o canto das Sereias é incorporado pelas Musas, que mediam sua representação.
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