A personagem do “moço gracioso” no teatro de Camões: cúmplice do jovem amo. Imitatio e aemulatio dos modelos greco-latinos
cúmplice do jovem amo. Imitatio e aemulatio dos modelos greco-latinos.
DOI:
https://doi.org/10.35699/1983-3636.2025.58502Palavras-chave:
Camões, emulação, imitação, moço gracioso, teatro cômicoResumo
Dos motivos legados pela tradição cómica greco-latina, a figura do escravo cúmplice do amo persiste na produção dramática de vários autores. Relativamente ao teatro português, o nosso estudo incide sobre a obra de Camões, mais precisamente na reconfiguração a que o dramaturgo renascentista sujeita o seruus da comédia greco-latina. Convertido em criado gracioso, matreiro, mas sempre disposto a ajudar o seu senhor em matéria de apuros amorosos, até que ponto o “moço” do teatro camoniano mantém, por meio da imitatio, traços caracterizadores que provêm da velha tradição? Ou há casos ou alguma situação em que se verifica a aemulatio dos paradigmas imitados? No presente artigo, pretende-se responder às questões colocadas, a partir de uma leitura e análise hermenêuticas de dois “moços graciosos” do teatro de Camões, a saber: Vilardo, da peça Filodemo, e Leocádeo, da Comédia d’El-Rei Seleuco.
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