A representação do feminino e o estatuto jurídico da mulher em “A matrona de Éfeso” e “O amante no jarro”

Autores

  • André Luiz Gardesani Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquisa Filho” (UNESP), São Paulo, São Paulo / Brasil

Palavras-chave:

Direito e literatura, literatura e história, literatura clássica, romance antigo romano, Petrônio, Apuleio

Resumo

O presente artigo tem por objetivo estudar a representação do feminino e o estatuto social e jurídico da mulher por meio de dois contos do romance antigo romano: “A matrona de Éfeso”, inserido no contexto do Satíricon, de Petrônio, e “O amante no jarro”, presente em O burro de ouro, de Apuleio. A pesquisa encontra-se arraigada nas modernas vertentes teóricas da intertextualidade e do dialogismo bakhtiniano, na interface literatura e direito, bem como literatura e história, aproveitando-se, ainda, das contribuições oriundas dos achados arqueológicos na cidade de Pompéia, os quais podem ampliar ainda mais o horizonte de conhecimento acerca do corpus literário selecionado, descortinando linhas de pensamento muitas vezes encobertas e importantes questões sobre a posição social da mulher e a prática do adultério na Roma de Petrônio e de Apuleio.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

APULEIO. O burro de ouro. Tradução de Delfim Leão. Lisboa: Livros Cotovia, 2007.

BAKHTIN, M. Problemas da poética de Dostoiévski. Tradução de Paulo Bezerra. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1981.

BAKHTIN, M. Questões de literatura e de estética: A Teoria do Romance. Tradução de Aurora Fornoni Bernadini. São Paulo: Edunesp, 1998.

BOCCACCIO, G. Decamerão. Tradução de Torrieri Guimarães. São Paulo; Abril Cultural, 1971.

BONFANTE, L. Introduction. In: SEBESTA, J. L.; BONFANTE, L. The World of Roman Costume. University of Wisconsin Press, 2001. p. 7.

BRANDÃO, J. L. A invenção do romance. Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 2005.

CAVICCHIOLI, M. R. Fama e infâmia na sexualidade romana. Romanitas: Revista de Estudos Grecolatinos, Vitória, n. 3, p. 153-169, 2014.

CUEVA, E. P.; BYRNE, S. N. Companion to the Ancient Novel. Oxford: John Wiley & Sons, 2014. DOI: https://doi.org/10.1002/9781118350416.

FEITOSA, L. C. Gênero e Sexualidade no mundo romano: a antiguidade em nossos dias. História; Questões & Debates, Curitiba, n. 48/49, p. 119-135, 2008. DOI: https://doi.org/10.5380/his.v48i0.15297.

FINLEY, M. História antiga: testemunhos e modelos. Tradução de Valter Lellis Siqueira. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

FOUCAULT, M. Verdade e poder. In: ______. Microfísica do poder. Tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1992.

FUNARI, P. P. Arqueologia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2015.

FUNARI, P. P. Grécia e Roma. 5. ed. São Paulo: Contexto, 2011.

FUNARI, P. P. Os Historiadores e a Cultura Material. In: PINSKY, C. B. (org.). Fontes Históricas. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2008.

FUNARI, P. P. Romanas por elas mesmas. Cadernos Pagu, Campinas, n. 5, p. 179-200, 1995.

FUNARI, P. P.; GARRAFFONI, R. S. Gênero e conflitos no Satyricon: o caso da Dama de Éfeso. In: História: Questões & Debates, Curitiba, n. 48/49, p. 101-117, 2008. DOI: https://doi.org/10.5380/his.v48i0.15296.

HEMELRIJK. E. A. Matrona Docta: Educated Women in the Roman Élite from Cornelia to Julia Domna. London/New York: Routledge, 2004.

HOFMANN, H. Latin Fiction: The Latin Novel in Context. London: Routledge, 2005. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203479223.

HOLZBERG, N. The Ancient Novel: An Introduction. London: Routledge, 2005. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203974605.

HUTCHEON, L. Poética do pós-modernismo: história, teoria e ficção. Tradução de Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991.

KRISTEVA, J. Introdução à semanálise. Tradução de Lúcia Helena França. São Paulo: Perspectiva, 1974.

LE GOFF, J. A história nova. In: ______. (org.). A história nova. Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 1998. p. 25-64.

LOPES, J. R. L. O mundo antigo, Grécia e Roma. In: ______. O direito na história: lições introdutórias. Rio de janeiro: Max Limonad, 2000.

p. 29-41.

OLIVEIRA, F. Misoginia clássica: perspectivas de análise. In: SOARES, C.; SECALL, I. C.; FIALHO; M. C. (coord.). Norma & Transgressão. Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2011. p. 65-91. DOI: https://doi.org/10.14195/978-989-26-0368-1_4.

PETRÔNIO. Satíricon. Tradução de Cláudio Aquati. São Paulo: Cosac Naify, 2008.

SCHMELING, G. (ed.) The Novel in the Ancient World. Boston: Brill Academic Publishers, 2003.

SCHWARTZ, G. A. D. A constituição, a literatura e o direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006.

SILVA, G. J. da. Aspectos de cultura e gênero na Arte de Amar, de Ovídio, e no Satyricon, de Petrônio: representações e relações. 156 p. 2001. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

VEYNE, P. A elegia erótica romana. Tradução de Milton Meira do Nascimento e Maria das Graças de Souza Nascimento. São Paulo: Brasiliense, 1985.

VEYNE, P. A sociedade romana. Tradução de Maria Gabriela de Bragança. Lisboa: Edições 70, 1990.

VEYNE, P. O Império Romano. In: VEYNE, P. (org.); ARIÈS, P.; DUBY, G. (coord.). História da vida privada: do Império ao ano mil. Tradução de Hildegard Feist. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. v. 1, p. 17-212.

VEYNE, P. Sexo & Poder em Roma. Tradução de Marcos de Castro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.

WALSH, P. G. The Roman Novel. Cambridge: Cambridge University Press, 1970.

Downloads

Publicado

2020-01-24

Como Citar

Gardesani, A. L. . (2020). A representação do feminino e o estatuto jurídico da mulher em “A matrona de Éfeso” e “O amante no jarro” . Nuntius Antiquus, 15(2), 77–102. Recuperado de https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/21970

Edição

Seção

Artigos