Um instrumento para a boa vida
o juízo dos outros em Plutarco
Palabras clave:
Plutarco, filosofia, modo de vida, ética, alma, discursoResumen
Plutarco de Queroneia (45-125), importante representante do medioplatonismo, destacará a importância das paixões no horizonte da experiência humana como um traço que lhe distingue e, ao fazê-lo, considera o tópos a ser ocupado pelo juízo dos outros na vida humana. É patente também o apelo de Plutarco para a atenção a ser dada para a atuação na pólis, a vida política, com os outros, que poderá ser usada como um instrumento para a boa vida. Platão, afirma Plutarco, nos advertirá sobre os perigos do amor desmesurado por si mesmo, uma vez que é complexo para o ser humano ser um juiz honesto e imparcial de si próprio, emergindo a necessidade da escuta atenta dos juízos dos outros. Plutarco parte da matriz filosófica platônica que impulsiona seus escritos, instigando seu leitor à sabedoria prática e realizando um convite a uma análise especular que exigirá um ser humano intelectualmente ativo e atento para a esperança do florescimento da virtude. O filósofo lançará mão da parrhesía, a fala franca, que lhe será recorrente tanto em suas Vidas Paralelas (Vitae), quanto nos Tratados Morais (Moralia), provocando, no espírito de seu leitor, a necessidade de uma paidéia ancorada no autoexame e na reta audição, bem como na observação atenta dos demais agentes da pólis. O convite do polígrafo é para que o ser humano se atente para a necessidade de depurar-se a si mesmo e entregar-se ao esforço de oportunamente depurar os demais atores que conosco agem e padecem.
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Citas
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