Uma comparação entre a interpretação de Kretzmann sobre a correção dos nomes no Crátilo de Platão e as teorias do significado de David Lewis

Auteurs

  • Ralph Leal Heck Universidade Federal do Ceará / Doutorando Faculdade Católica de Fortaleza / Professor Celetista

Mots-clés :

correção dos nomes, teorias do significado, Platão, David Lewis, Norman Kretzmann.

Résumé

O presente artigo tem o objetivo de propor a continuidade dos temas tratados no diálogo Crátilo de Platão pelo filósofo analítico David Lewis, a partir da associação entre suas teorias do significado e as teorias da linguagem contidas na obra platônica, em especial, aquelas defendidas pelo personagem Sócrates, deduzidas assim, pela leitura de Norman Kretzmann e revisadas segundo algumas críticas direcionadas ao intérprete, de modo a provar a semelhança de escopo e dimensão linguística entre a teoria filosófica da linguagem em Platão e a teoria filosófica da linguagem em Lewis. Para executar esta tarefa, iniciarei com a apresentação das principais teses sobre a correção dos nomes contidas no Crátilo, na forma de dois desdobramentos: o critério de nomeação das coisas e a pergunta pela origem dos nomes. Em seguida, farei um panorama das fontes que formam o arcabouço conceitual no qual Platão obtém as teses discutidas no interior da obra, passando pelos sucessores do pensamento platônico no que compete às concepções convencionalista e naturalista da linguagem, culminando na Filosofia analítica da linguagem. Após isto, será feita a exposição da interpretação de Kretzmann sobre as teorias da linguagem contidas no Crátilo, na forma de suas certification question e demonstration question, seguida da apresentação das teorias do significado (semântica e fundacional) de Lewis. E, por fim, as teorias de ambos os filósofos serão postas lado a lado, acompanhadas da revisão da concepção de convencionalismo com base nas críticas de Rachel Barney e findando com alguns resultados da comparação entre as teorias em jogo.

Téléchargements

Les données relatives au téléchargement ne sont pas encore disponibles.

Biographie de l'auteur

Ralph Leal Heck, Universidade Federal do Ceará / Doutorando Faculdade Católica de Fortaleza / Professor Celetista

Graduação e Mestrado em Filosofia

Cursando, atualmente, Doutorado em Filosofia e Graduação em Engenharia da Computação

Departamento: Filosofia

Área: Lógica, Filosofia da Lógica, Filosofia da Linguagem e Filosofia das Ciências

Références

ACKRILL, J. J. Essays on Plato and Aristotle. Oxford: Oxford University Press, 1997.

ADEMOLLO, F. The Cratylus of Plato: A Commentary. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

ALCINO. The Handbook of Platonism (“Didaskalikos”). Transl. John Dillon. New York: Oxford University Press, 2002.

ANGIONI, L. Introdução à teoria da predicação em Aristóteles. São Paulo: UNICAMP, 2006.

AUSTIN, J. L. Quando dizer é fazer: palavras e ação. Trad. Danilo Marcondes de Souza Filho. Porto Alegre: Artes Médicas, 1990.

BAKER, G. P. The Private Language Argument. Language & Communication, Amsterdam, v. 18, n. 4, p. 325-356, 1998.

BARNES, J. (Org.). Aristóteles. Trad. Ricardo Hermann Ploch Machado. São Paulo: Ideias & Letras, 2009.

BARNES, J. (Org.). The Presocratic Philosophers. New York: Routledge, 1982.

BARNEY, R. Names and Nature in Plato’s Cratylus. New York: Taylor & Francis, 2001.

BARNEY, R. Plato on Convencionalism. Phronesis, Leiden, v. 42, issue 2, p. 143-162, 1997.

BLANCHÊ, R. História da lógica: de Aristóteles a Bertrand Russel. Trad. António J. Pinto Ribeiro e Pedro Elói Duarte. Lisboa: Edições 70, 1996.

BONAZZI, M.; HELMIG, C. Platonic Stoicism – Stoic Platonism: The Dialogue between Platonism and Stoicism in Antiquity. Leuven: Leuven University Press, 2007.

CARNAP, R. Meaning and Necessity. Chicago: University of Chicago Press, 1956.

CARNAP, R. Meaning and Synonymy in Natural Languages. Philosophical Studies: An International Journal for Philosophy in the Analytic Tradition, Dordrecht, Springer, v. 6, n. 3, p. 33-47, 1955.

COFFA, A. The Semantic Tradition from Kant to Carnap. Cambridge: Cambridge University Press, 1991.

CORRIGAN, K.; TURNER, J. D. Plato’s Parmenides and It’s Heritage: History and Interpretation from Old Academy to Later Platonism and Gnosticism. Atlanta: Society of Biblical Literature, 2010.

CORRIGAN, K.; TURNER, J. D. Platonisms: Ancient, Modern, and Postmodern: Ancient Mediterranean and Medieval Texts and Contexts: Studies in Platonism, Neoplatonism, and the Platonic Tradition. Boston: Brill, 2007. v. 4.

DUMMET, M. Logical basis of Metaphysics. Harvard: Harvard University Press, 1991.

FILHO, D. M. S. The Emergence of the Notion of Language. In: JANKOWSKY, K. R. (Org.). History of Linguistics, 1993: Papers from the Sixth International Conference on the History of the Language Science. Philadephia: John Benjamins, 1995. p. 37-46.

FREGE, G. Lógica e Filosofia da linguagem. Trad. Paulo Alcoforado. São Paulo: Edusp, 2009.

FREGE, G. O pensamento: uma investigação lógica. Trad. P. Alcoforado. Anais de Filosofia de São João del-Rei, São João del-Rei, n. 6, p. 283-298, jul. 2009.

HAACK, S. Filosofia das lógicas. Trad. Cezar A. Mortari e Luiz H. de A. Dutra. São Paulo: Ed. Unesp, 1998.

HACKER, P. M. S. Analytic Philosophy: Beyond the Linguistic Turn and Back Again. In: BEANEY, M. (Org.). The Analytic Turn. New York: Routledge, 2007. p. 125-141.

HEDLEY, D.; HUTTON, S. (Org.). Platonism at the Origins of Modernity: Studies on Platonism and Early Modern Philosophy. Dordrecht: Springer, 2008.

KIRK, G. S.; RAVEN, J. E. The Presocratic Philosophers. New York: Cambridge University Press, 1957.

KNEALE, W.; KNEALE, M. The Development of Logic. Oxford: Clarendon Press, 1962.

KRETZMANN, N. Plato on the Correctness of Names. American Philosophical Quarterly, Champaign, n. 8, issue 2, p. 126-138, 1971.

LEWIS, D. Convention: A Philosophical Study. Oxford: Blackwell, 2002.

LEWIS, D. General Semantics. Synthese, Dordrecht, n. 22, p.18-67, 1970. LONG, A. A. Stoic Linguistics, Plato’s “Cratylus” and Augustine’s “Dialectica”. In: FREDE, D.; INWOOD, B. Language and Learning: Philosophy of Language in the Hellenistic Age. Cambridge: Cambridge University Press, 2005. p. 36-55.

MARCONDES, D. Filosofia analítica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004. MASLIN, K. T. Introdução à Filosofia da mente. Trad. Fernando José R. da Rocha. Porto Alegre: Artmed, 2009.

MONTENEGRO, M. A. P. Linguagem e conhecimento no “Crátilo” de Platão. Kriterion, Belo Horizonte, n. 116, p. 367-377, 2007.

MORTARI, C. A. Introdução à lógica. São Paulo: Ed. Unesp, 2001. NOBILE, L. Words in the Mirror: Analysing the Sensorimotor Interface Between Phonetics and Semantics in Italian. In: MICHELUCCI, P.; FISHER, O.; LJUNGBERG, C. (Org.). Semblance and Signification. Philadelphia: John Benjamins Pub. Co., 2011. p. 101-131.

OLIVEIRA, M. A. Reviravolta linguístico-pragmática na Filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 2006.

PENCO, Carlo. Introdução à Filosofia da linguagem. Rio de Janeiro: Vozes, 2004.

PLATÃO. A República. Trad. M. H. R. Pereira. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1990.

PLATÃO. Crátilo. Trad. Maria J. Figueiredo. Lisboa: Instituto Piaget, 2001.

PLATÃO. Crátilo: ou sobre a correção dos nomes. Trad. Celso O. Vieira. São Paulo: Paulus, 2014.

PLATO. Plato in Twelve Volumes. Transl. Harold N. Fowler. Cambridge: Harvard University Press, 1921. v. 12.

RICHARDSON, M. True and False Names in the “Cratylus”. Phronesis, Leiden, v. 21, n. 2, p. 136-137, 1976.

ROFENA, C. The Scales and the Compass of Philosophy: Wittgenstein in the Mirror of Plato. In: PERISSINOTTO, L.; CÁMARA, B. R. (Org.). Wittgenstein and Plato: Connections, Comparisons and Contrasts. New York: Palgrave Macmillan, 2013. p. 72-99.

RORTY, R. The Linguistic Turn. Chicago: Chicago University Press, 1967.

ROWETT, C. Plato, Wittgenstein and Definition Games. In: PERISSINOTTO, L.; CÁMARA, B. R. (Org.). Wittgenstein and Plato: Connections, Comparisons and Contrasts. New York: Palgrave Macmillan, 2013. p. 196-220.

RUNGGALDIER, E. Carnap’s early conventionalism: an inquiry into the historical background of the Vienna Circle. Amsterdam: Rodopi, 1984.

SEDLEY, D. Diodorus Cronus and Hellenistic Philosophy. The Cambridge Classical Journal, Cambridge, v. 23, p. 74-120, 1977.

SEDLEY, D. Plato’s Cratylus. Cambridge: Cambridge University Press, 2003.

SPELLMAN, L. Naming and Knowing: the “Cratylus” on Image. History of Philosophy Quarterly, Champaign, v. 10, n. 3, p. 197-210, july 1993.

TRABANT, J. Vico’s New Science of Ancient Signs: A Study of Sematology. Transl. Sean Ward. New York: Routledge, 2004.

TUGENDHAT, E. Propedêutica lógico-semântica. Trad. Fernando Augusto da R. Rodrigues. Rio de Janeiro: Vozes, 2005.

WITTGENSTEIN, L. Investigações filosóficas. Trad. Marcos G. Montagnoli. Petrópolis: Vozes, 1994.

WITTGENSTEIN, L. Tractatus Logico-Philosophicus. Trad. Luiz Henrique Lopes dos Santos. São Paulo: Edusp, 2010 [1922].

Téléchargements

Publiée

2017-01-26

Comment citer

Heck, R. L. (2017). Uma comparação entre a interpretação de Kretzmann sobre a correção dos nomes no Crátilo de Platão e as teorias do significado de David Lewis. Nuntius Antiquus, 12(2), 225–261. Consulté à l’adresse https://periodicos.ufmg.br/index.php/nuntius_antiquus/article/view/17138