Metapoesia e a Helena de Homero
DOI:
https://doi.org/10.17851/1983-3636.12.1.13-25Parole chiave:
Ilíada, Helena, metapoesia.Abstract
Meu objetivo é discutir como Homero explora no primeiro terço da Ilíada o que podemos chamar de "consciência poética" do personagem de Helena, e tentar entender qual o possível efeito alcançado por essa forma de metalinguagem quando associada à mulher cujas ações estão na origem da Guerra de Troia. Minha questão central aqui é: por que explorar a metalinguagem com Helena? Qual é o possível efeito dessa escolha? Por que Homero não faz isso com Heitor, com Príamo ou mesmo com Páris? Vou me deter rapidamente em duas cenas centrais: a primeira, em que ela tece batalhas, no Canto 3 (v. 125-128), e a segunda, quando se vê presente em cantos futuros, no Canto 6 (v. 354-358). Ao examinar essas cenas, pretendo explorar, ainda, a aproximação dela com a figura de Aquiles, também atuante na construção dessa "épica no espelho".
Riferimenti bibliografici
GRAZiOSi, B.; HAUBOLD, J. Homer: Iliad – Book VI. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
HOMERO. Ilíada. Trad. Frederico Lourenço. São Paulo: Penguin/Cia. das Letras, 2013.
KIRK, G. The Iliad: A Commentary – Books 5-8. Cambridge: Cambridge University Press, 1990.
LEAF, W. Homer: The Iliad – Books 1-12. Cambridge: Cambridge University Press, 1900.
ROUSSEAU, P. La toile d’Hélène. In: BROZE, M. et alii. Le Mythe d’Hélène. Bruxelles: Ousia, 2003.
THALMANN, W. Conventions of form and thought in early Greek poetry. Baltimore: The John Hopkins University Press, 1984.
TORRENCE. i. Metapoetry in Euripides. Oxford: Oxford University Press, 2013.