A voz de quem morre. O indício e a testemunha em “Meu tio Iauraretê

Autores

  • Ettore Finazzi- Agrò Universidade de Roma“La Sapienza”

DOI:

https://doi.org/10.17851/2358-9787.12..24-32

Palavras-chave:

Representações da morte, Testemunho, Indícios.

Resumo

Em “Meu tio o Iauretê” de João Guimarães Rosa temos a ver com a confissão, por parte de um mameluco, da sua metamorfose de homem em onça. No fim da sua fala ele é morto pelo seu interlocutor mudo. A partir deste conto “impossível”, vai ser investigada a relação entre a morte e a linguagem. No texto rosiano, de fato, não descobrimos apenas o parentesco essencial entre a phoné e o lógos que nela se dobra, mas nos aproximamos, sobretudo, do limiar último em que a voz se confunde com o silêncio, em que o humano reencontra a sua essência desumana. Temos a ver, nesse sentido, com aquele que Giorgio Agamben define como a “testemunha integral”, ou seja, com quem se coloca no limite insituável entre a vontade de dizer e a sua impossibilidade.

Referências

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Publicado

2006-06-30